Nokia busca apoio de parlamentares para ampliar investimentos na ZFM
A Nokia do Brasil está planejando fabricar em sua unidade no pólo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) aparelhos celulares mais sofisticados, como os que funcionam como computadores portáteis e os mode
Publicado 24/08/2007 19:17 | Editado 04/03/2020 16:13
“Hoje, o PPB de um aparelho básico é o mesmo para um muito mais sofisticado, que tem uma escala de produção menor. Não estamos pedindo isso para os demais modelos, nossos principais produtos, mas para aparelhos com maior valor agregado, que hoje são importados para abastecer o mercado brasileiro”. Segundo Navarro, a incorporação desses modelos trará novos investimentos para a unidade da ZFM, a contratação de novos trabalhadores e possibilidade de aumento das exportações.
Este foi um dos pontos abordados pela direção da Nokia durante encontro que a fabricante promoveu com parlamentares da bancada do Amazonas no Congresso Nacional, durante visita a unidade fabril de Manaus. Além de seus planos, a fabricante pontuou os problemas que enfrenta com logística e burocracia para liberação de insumos e despacho de mercadorias que tiram competitividade de seus produtos quando disputa o consumidor no mercado interno e, sobretudo, no exterior.
“São problemas que precisam ser enfrentados, que podem contar com o auxílio da bancada no encaminhamento das questões junto ao Governo Federal, sobretudo com relação ao excesso burocrático alfandegário, que prejudica não só a Nokia, mas todo o Pólo Industrial de Manaus”, destaca a coordenadora da bancada do Estado no Congresso Nacional, deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB). Também confirmaram presença no encontro os deputados Francisco Praciano (PT), Rebecca Garcia (PP), Marcelo Serafim (PSB), o senador Artur Neto, o prefeito de Manaus, Serafim Corrêa, além de representantes de entidades industriais e das secretarias do Planejamento e da Fazenda do Amazonas.
Burocracia
Além das greves que vêm afetando os serviços dos órgãos de fiscalização, responsáveis pelo despacho de insumos e mercadorias, a burocracia torna a operação alfandegária muito lenta. Enquanto a Nokia libera cargas em outras partes do mundo numa média de seis horas, em Manaus chega a ser, em situações críticas, de até oito dias. Além do mais, acrescenta a direção da companhia, a alfândega brasileira não funciona no sábado e domingo.
O prefeito Serafim Corrêa, servidor de carreira da Receita Federal, diz que em parte o excesso burocrático, que emperra o processo produtivo, se deve a uma legislação aduaneira que mantém muitos dispositivos do tempo do império. “Ainda hoje se exige declaração de próprio punho quando a tecnologia disponibiliza o sistema de assinatura eletrônica”, exemplifica Serafim.
As entidades de classe aproveitaram para expor aos parlamentares a necessidade de se investir em infra-estrutura, seja rodoviária, portuária ou mesmo aeroviária. O diretor executivo do Cieam, Ronaldo Mota, lembrou de uma reunião que participou há dois anos promovida pela Infraero. Na ocasião, o órgão falou aos empresários e aos governos estadual e municipal que tinha projeto de investir R$ 200 milhões na ampliação e modernização do terminal de cargas e de passageiros do aeroporto internacional Eduardo Gomes, inclusive com a proposta de tornar o aeroporto portal de entrada para a região. “O que se percebe hoje é que passado esse tempo nada foi feito”, protestou o executivo.
De Manaus,
Hudson Braga