Lula trabalhará para eleger seu sucessor

Lula disse que terá grande influência na campanha do sucessor. “Quero chegar forte ao fim do mandato para ter influência no processo sucessório. Não ficarei neutro. Tenho posição política, tenho partido. E quero subir em palanque.”

O candidato pode não ser necessariamente do Partido dos Trabalhadores, mas de qualquer outro partido da coalizão de governo, disse.

“Ser do PT ou não ser do PT é um problema que o partido vai ter de decidir”, afirmou. “Mas o importante é que o PT esteja disposto a conversar, e que a gente construa a possibilidade de ter uma candidatura única da base.”

Ele mencionou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e Ciro Gomes, do PSB, como pessoas a serem observadas. Também é possível que o Brasil tenha uma mulher na Presidência, disse, sem citar nomes. Sua ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é uma das mulheres mais influentes na política brasileira.

Em relação a “atropelar” a Constituição, como fez Fernando Henrique Cardoso, Lula rebateu a insinuação de que tentaria um terceiro mandato. “Quando um dirigente político começa a pensar que é imprescindível, que ele é insubstituível, começa a nascer um ditadorzinho”, disse.

Lula, que foi eleito pela primeira vez em 2002 e reeleito no ano passado, afirmou que quando seu mandato terminar, em 2010, “vou fazer meu coelhinho assado, que faz uns cinco anos que eu não faço”.

Lula disse ainda que o candidato ideal para a sucessão dará continuidade às atuais políticas, incluindo a melhoria das vidas dos pobres e investimentos em obras públicas.

A economia, que viu aumento das exportações e das reservas exteriores, com inflação sob controle, é o seu maior sucesso, disse Lula.

Ao ser questionado sobre seu maior erro, disse que sua “frustração é não ter feito mais do que eu fiz.”