Opinião: A concepção científica do socialismo
Desde os tempos imemoriais, os homens sonhavam com uma organização social onde não houvesse opressão do homem pelo homem, todos os homens fossem iguais nas suas possibilidades, realizassem um trabalho livre e criador, pudessem satisfazer as suas ne
Publicado 29/08/2007 10:01 | Editado 04/03/2020 17:13
Nesta sociedade, a felicidade duma pessoa não seria baseada na desgraça da outra e, vise versa, ninguém poderia ser feliz, se os demais fossem oprimidos e humilhados.
Os homens inventavam e elaboravam diversos projetos, conferiam aos seus sonhos a forma de obras literárias, concebiam todo o gênero de planos e esquemas da futura sociedade. Frequentemente punha as esperanças no soberano o maguinate bom e inteligente que, ao convencer-se da magnanimidade destes projetos, empregaria o seu poder e patrimônio para concretizá-los.
Só quando a própria história começou a criar premissas para um novo regime, só quando na realidade e não nos sonhos começaram a se formar condições materiais que efetivamente podiam favorecer o desenvolvimento multiforme das pessoas e satisfazer as suas necessidades diversas, racionais e crescentes, se tornou possível conceber uma doutrina científica do socialismo, a doutrina que nos apresenta a nova organização social sob todos os aspectos: econômicos, social, político e moral.
Os cientistas revolucionários Karl Marx e Friedrich Engels foram os criadores do socialismo científico no século XIX. Esta doutrina veio fundamentar uma conclusão radicalmente nova: o socialismo é o regime social, para o qual avança a sociedade humana desde que entrou na época capitalista. O socialismo não é um simples sonho ou um desejo de alguém: é um degrau objetivamente necessário e inevitável no desenvolvimento social. Marx e Engels provaram-no cientificamente e o desenvolvimento histórico confirmou completamente a sua antevisão cientifica.
Na concepção Marxista, o socialismo é a primeira fase socioeconômica comunista, que após a tomada do poder socialista, é instalado o período de transição do capitalismo para o socialismo. O socialismo repousa na propriedade social dos meios de produção. Na sua base econômica. Daí, num certo estágio a igualdade de todos os membros da sociedade em relação aos meios de produção: ninguém é privado deles e ninguém os possui duma forma exclusiva, monopolista, isto é, ninguém é proprietário privado.
O socialismo que substitui inevitavelmente o capitalismo possui tal nível de desenvolvimento das forças produtivas que permite estabelecer a distribuição dos artigos de consumo entre os membros da sociedade de acordo com sua contribuição para a produção social, isto é, de acordo com a quantidade e qualidade do trabalho de cada um para o bem da sociedade.
Assim, o socialismo é a sociedade que se baseia na grande produção mecanizada e a propriedade social dos meios de produção, na qual o desenvolvimento da produção social é subordinado aos interesses do homem, se firma na cooperação livre e da camaradagem entre os homens que trabalham de acordo com a planificação estabelecida, vigora o princípio de distribuição dos bens materiais de consumo e dos serviços entre os membros da sociedade segundo o seu trabalho.
* O Autor é Poeta, historiador, Professor de História, Sociologia, Filosofia e Secretário Estadual de Movimentos Sociais do PCdoB.