Comunidade africana recusa base americana na região
A Comunidade de Desenvolvimento do Sul da África (SADC na sigla em inglês) recusou o pedido de instalação de um Centro de Comando Americano (Africom) dentro do seu espaço territorial, uma decisão tomada na cúpula da organização regional, realizada recente
Publicado 31/08/2007 14:54
Entretanto, alguns observadores políticos internacionais alertaram que esta posição da região pode pôr em causa o sucesso das missões de paz da União Africana (UA) no continente.
“A idéia de os Estados Unidos da América direcionarem as suas atenções para a África não é algo novo. Eles estão cientes da situação que se vive no continente. Todavia, a SADC decidiu adotar esta posição assumindo que eles agiram sem conhecimento de causa”, explicou Lekota.
O presidente americano, George W. Bush, ordenou, ano passado, que fosse criada uma base militar na África, que se responsabilizasse pelas operações no continente. Entretanto, esta idéia aparece agora mais amadurecida e com uma abordagem diferente de que o Comando na África serviria, também, de abrigo para um contingente de civis responsáveis pelas missões humanitárias e pelos programas de ajuda ao continente.
No entanto, foi discutido até á exaustão o fato de que a criação de um Comando distinto na África aumentaria a atenção dedicada pelo Ocidente às crises como o conflito de Darfur, no Sudão.
O plano era de ter a base instalada na África até outubro. Mas, atualmente, as operações americanas são comandadas a partir de Stutgart, na Alemanha.
Lekota garante que os países africanos foram todos unânimes em dizer que tinha que se evitar a presença de forças estrangeiras no continente. “Há um sentimento comum de que um fluxo de forças militares para um país africano ou outro qualquer poderá afetar as relações entre países irmãos e levar a uma situação de tensão”, disse.
Entretanto, este cenário não encorajaria o clima de segurança e paz pretendido pelos líderes africanos. “Não temos qualquer tipo de problema com a base de comando dos Estados Unidos, mas não queremos ver forças novas no continente”, disse Lekota, explicando que esta não é apenas uma posição da SADC, mas do continente. Porém, reconheceu que, embora possam existir certos países que não concordem com a posição tomada, estes vão, de certeza absoluta, adotar a posição da União Africana.
Porém, o analista do Instituto para Estudos de Segurança, Henri Boshoff, disse que os americanos estariam já a estudar zonas alternativas, adiantando que “se a SADC não nos quer, nós vamos a um outro sítio qualquer”.
Boshoff revelou mesmo que a Nigéria, Quénia e “muitos outros países” manifestaram interesse em receber os americanos. Segundo este analista, o que se pretende instalar “não é uma força militar, é um Centro de Comando que traz consigo entre 800 e 1.000 pessoas, o que significa um certo investimento financeiro para uma determinada área”.
Fonte: Blog Mercosul – CPLP