Lula Morais aponta motivos da crise no Sistema Único de Saúde
O deputado Lula Morais (PCdoB) comentou, na manhã desta quinta-feira (30/08), na tribuna da Assembléia, alguns problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. De acordo com ele, há uma diferença no repasse de verbas por parte do Ministério da Saúde p
Publicado 31/08/2007 09:10 | Editado 04/03/2020 16:37
Ainda conforme ele, as tabelas referentes ao pagamento dos procedimentos médico-hospitalares do SUS estão muito defasadas. “Em 2001, o então ministro da Saúde, José Serra, baixou uma portaria para congelar essas tabelas, propondo que o restante dos recursos fossem cobertos pelos estados e municípios. Isso causou uma defasagem muito grande nos valores”, comentou. Disse, ainda, que poucos estados do Brasil cumprem a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) número 29, que sugere que 12% do orçamento dos estados sejam destinados à saúde.
“Apenas o Amazonas, o Distrito Federal e São Paulo, este último aportando 11,7% da sua receita, destinam os valores da PEC”, avaliou, acrescentando que o SUS tem uma rede de 63 mil unidades ambulatoriais e cerca de 6 mil unidades hospitalares, com mais de 440 mil leitos. “É o maior plano de saúde do Brasil, que atende mais de 90% da população do Brasil. Deveria ser visto com muito carinho”, ponderou ele.
Lula Morais acrescentou que a produção anual do SUS é de 12 milhões de internações hospitalares; um bilhão de procedimentos de atenção primária à saúde; 150 milhões de consultas médicas; dois milhões de partos; 300 milhões de exames laboratoriais; 132 milhões de atendimentos de alta complexidade e 14 mil transplantes de órgãos.
Segundo o parlamentar, com o SUS o Brasil passou a ser o segundo País no mundo em número de transplantes, além de ser reconhecido internacionalmente pelo atendimento às doenças sexualmente transmissíveis e Aids, na implementação do Programa Nacional de Imunização e no atendimento relativo à atenção básica”, completou.
Em aparte, o deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que a saúde no Brasil está péssima, “não por culpa dos médicos ou daqueles que atuam no setor, mas devido à problemas que se estendem a longo prazo e não são resolvidos, como o fato das tabelas do SUS não acompanharem a inflação”, citou. Ele criticou os preços repassados por uma consulta e uma cirurgia cardiovascular pelo SUS. “São valores aviltantes pagos aos médicos, que são verdadeiros heróis anônimos que salvam vidas”, protestou.
O deputado Roberto Cláudio disse que o SUS, que tem a prerrogativa e a missão de assistir a população desde a medicina preventiva até os tratamentos mais complexos, tem muitos problemas. Ele destacou a criação da Frente Estadual em Defesa da Saúde Pública “para fazer uma pressão política e mobilizar a sociedade”.
Fonte: www.al.ce.gov.br