Comerciários do RS reivindicam reajuste salarial
Trabalhadores do comércio no Rio Grande do Sul denunciam que os sindicatos patronais estão sendo inflexíveis nas negociações dos salários. Vários sindicatos de comerciários do Estado ainda não fecharam os acordos salariais e reclamam que os empresários
Publicado 09/09/2007 18:39 | Editado 04/03/2020 17:12
Os empresários não aceitam oferecer um aumento superior à inflação, que é de 4,5%. Já os comerciários querem um aumento superior, pois entendem que um reajuste baseado só no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) não é suficiente para repor as perdas da categoria.
De acordo com o primeiro secretário da Federação dos Comerciários do Rio Grande do sul (Fecosul), Paulo Fernando Pinto Ferreira, as empresas sempre prometem reajustes salariais, mas há vários anos a categoria não tem um aumento real.
“A classe patronal está sempre dizendo no próximo ano as vendas vão melhorar, vamos dar um aumento maior. Mas chega no outro ano, as vendas foram boas, as empresas tiveram lucro e os trabalhadores não ganham aumento”, afirma.
Ferreira conta, ainda, que a Federação do Comércio do Rio Grande do Sul (Fecomércio) prejudica as negociações salariais pelo interior do estado.
“A classe patronal aqui hoje é gerenciada pela Fecomércio, que é a Federação patronal. Então um sindicato do interior quer dar um aumento superior aos que eles estão apresentando aqui na capital, e a Fecomércio pressiona os sindicatos a não fecharem acordo, manda os sindicatos do interior não fechar o acordo”, relata.
Os trabalhadores reclamam também que os empresários querem retirar direitos conquistados ao longo de anos, como o não-parcelamento de 13º e as férias. Além disso, os empresários já fizeram propostas de aumentar o banco de horas.
Em breve, os trabalhadores devem enviar ao Congresso Nacional uma emenda para a Medida Provisória que modifica a lei do comércio aos domingos e feriados. Segundo a MP, os comerciários, que hoje folgam um domingo a cada quatro, passarão a folgar um domingo a cada três. Na opinião da Federação, a medida deve deixar claro que, para abrir aos domingos, o trabalhador deve receber um prêmio-extra.
A Medida Provisória que regulamenta o comércio foi assinada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (5). A abertura aos feriados vai depender de negociações entre as empresas e os trabalhadores.
Agência Chasque