Cresce no Ceará rede de doação de medula óssea

A campanha que pede doações de medula óssea para Mateus Aquino tem mobilizado milhares de pessoas. Através de conversas, ligações e até pela Internet, a solidariedade ao menino vai contagiando e chegando a proporções nacionais

A corrente pela causa de Mateus já levou cerca de 8 mil pessoas, desde o mês passado, a se cadastrar no Registro de Doadores de Medula. “Vamos lá, Valéria!”. Essa foi o apelo da administradora Amélia Rilva após assistir a uma reportagem sobre a campanha pela doação de medula óssea para o menino Mateus Aquino, de 4 anos, que tem linfoma linfoblástico tipo B, um câncer que afeta os gânglios linfáticos, responsáveis pela imunidade. Os parentes do menino, que está em Campinas (SP) para tratamento, iniciaram uma campanha para aumentar o número de doadores de medula no Ceará. A amiga de Valéria, a empresária Valéria Ramos Frota, atendeu o chamado e estava ontem à tarde no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) se cadastrando para ser uma futura doadora. Ela, por sua vez, chamou todas as suas amigas. “Só aqui, já encontrei cinco”, disse.


 


O empresário Eduardo Rôla também fez o mesmo entre seus irmãos Lourenço, Leonardo e Gilberto. Esse último também estava no Hemoce ontem se cadastrando para ser doador de medula. Ele diz que tem aproveitado o dia-a-dia da profissão para sensibilizar seus clientes a aderirem à campanha. Já a agente administrativa Aurineide Deodato levou o filho e a cunhada. “Vou ver se trago mais pessoas”.


 


Essa corrente do bem em função da causa de Mateus já levou cerca de 8 mil pessoas, desde o mês passado, a se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redoma), segundo a diretora do Hemoce, Luciana Maria de Barros Carlos. Por dia, a média de cadastros chega a 226. No início da tarde de ontem, de acordo com as funcionárias responsáveis pela atividade, já havia, aproximadamente, 180. “Não deu nem tempo organizar as fichas”, conta uma delas. Até julho, não passava de seis candidatos a doadores.


 


A diretora conta que a própria sala onde as pessoas fazem o cadastro nem existia. “Foi um aumento inesperado que partiu de uma demanda espontânea da sociedade. Nós estamos nos organizando à medida que as pessoas chegam. Aqui era uma sala de trabalho, mas como a procura foi muito grande, nós tivemos que criar um espaço para dar melhores condições aos voluntários”. Ela também informa que já foi solicitado à Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) mais material para manter o nível de cadastros.


 


“Impressionante como o povo do Ceará é solidário”, diz Chico Nogueira, pai de Mateus, que falou de Campinas, onde o filho está sendo tratado ao O POVO. Ele aproveita para agradecer a todas as pessoas que estão nessa campanha que começou entre amigos e tomou proporção nacional. Ele espera que os cadastros no Ceará chegarão a 100 mil. “A campanha começou com o Mateus, mas vai ajudar muitas crianças a viver”. O pai conta que, graças aos cadastros, cinco pessoas já se beneficiaram e tiveram suas vidas salvas. “Isso é sinal de que estamos no caminho certo”. Só no Ceará, segundo a diretora do Hemoce, Luciana Carlos, 44 aguardam transplante de medula óssea.


 



SERVIÇO


Quem quiser se cadastrar para ser doador de medula óssea deve ir ao Hemoce portando identidade com foto e CPF, ter de 18 a 55 anos e estar bem de saúde. O órgão fica na avenida José Bastos, 3390, Rodolfo Teófilo e funciona de segunda a sexta, de 7h30 às 17h, e no sábado, de 8h às 15h. Mais informações pelo telefone (85) 3101 2296.


 


Fonte: DN