General americano quer sair do Iraque
O general David Petraeus, comandante das tropas estadunidenses de ocupação do Iraque, propôs um corte dos seus efetivos nos próximos meses, após oito meses de aumento que elevaram o total para 160 mil homens. Em audiência pública na Câmara nesta segunda-f
Publicado 10/09/2007 09:52
Petraeus na Câmara: suspeito de parcialidade Petraeus depôs na audiência ao lado de Ryan Crocker, embaixador dos EUA em Bagdá, respondendo a uma bateria de críticas da maioria democrata. ''A atual escalada de nossa presença no Iraque pode ter produzido alguns êxitos táticos, mas estrategicamente fracassou'', avaliou o presidente da Comissão de Relações Exteriotres da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Tom Lantos, democrata da Califórnia. E agregou: ''A política míope da administração (do presidente George W. Bush) no Iraque criou um fiasco''.
Pesquisa atesta impopularidade da guerra
As críticas democratas acompanham a crescente impopularidade da Guerra do Iraque nos EUA. Pesquisa publicada no mesmo dia da audiência pelo diário USA Today, diz que para 60% dos estadunidenses o governo Bush devia estabelecer um calendário de retirada das tropas ''independente do que aconteça''. Outros 35% acham que as tropas devem permanecer ''até que a situação melhore''.
Indagados sobre como seria o depoimento de Petraeus, 53% disseram que o general seria ''parcial'' e diria o que o governo ''pretende fazer crer''. Já 40% responderam que o militar deporia de maneira ''independente''. Mesmo assim, a pesquisa revelou mais confiança na avaliação de Petraeus (68%) que naquela do presidente George W. Bush (38%).
''Conseqüências devastadoras''
Petraeus e o embaixador Crocker adotaram um tom otimista diante dos representantes, destacando melhorias que enxergavam nas condições de segurança do país. As críticas que sobraram foram contra os iraquianos. O general começou seu testemunho assegurando que era apenas dele e não fora mostrado a ninguém do Pentágono ou da Casa Branca antes de ser apresentado ao Congresso.
''Acredito que teremos condições de reduzir nossas forças ao nível anterior à oscilação, até o próximo verão (no hemisfério norte), sem comprometer os ganhos de segurança que combatemos tão duramente para conseguir'', disse o general. E advertiu que ''uma queda prematura de nossas forças provavelmente teria conseqüências devastadoras''.
Petraeus asseverou que a situação de segurança melhorou no Iraque, especialmente na província ocidental de Anbar. Mas admitiu que o número de civis mortos continuava elevado demais e causava ''evidente inquietação''. Nesta segunda-feira, as autoridades iraquianas acharam em Bagdá outros 12 cadáveres executados a tiros.
Êxito ''ainda é possível'', não ''garantido''
O embaixador Crocker adotou o mesmo otimismo cauteloso – talvez ditado pela expectativa de uma derrota eleitoral da linha Bush nas eleições presidenciais do ano que vem. ''Obter um Iraque estável, democrático e em paz com seus vizinhos'', segundo o embaixador, ''ainda é possível'' mas não ''garantido''. Disse também que uma retirada precipitada das tropas converteria o Irã em ''um vencedor''.
Para o analista militar Josh Rushing, citado pela TV árabe Al Jazira, o aceno com o retorno de alguns soldados foi ''uma concessão política'' do general Petraeus. ''Eles estão sobrecarregados'', avalia Rushing.
Da redação, com agências