Mais SUS: mais vida e menos crise

Por Jussara Cony
As dificuldades da área de saúde ganharam destaque nas últimas semanas. É importante que assim seja e que a vigilância de toda sociedade seja um efetivo mecanismo de pressionar os governos por maior compromisso com a implementação d

Há consenso, hoje, na discussão sobre o que se convencionou denominar “crise da saúde”, prevalecendo a visão de que o SUS é uma política essencial para a superação das dificuldades e não causa dos seus entraves. A realidade mostra que há crise onde o SUS não está adequadamente implantado, financiado e gerido.


 


As dificuldades do SUS advêm da própria magnitude e generosidade desse Sistema que visa assegurar acesso gratuito e universal a mais de 170 milhões de pessoas, prestando desde assistência básica à medicina nuclear.


 


O governo Lula tem correspondido à responsabilidade de consolidar a saúde no país com programas como Farmácias Populares, Saúde da Família, Emergências Hospitalares, Brasil Sorridente, SAMU e outros. E também aumentando as verbas do Ministério da Saúde, que saltaram do patamar de menos de R$ 30 bilhões anuais em 2002 para R$ 51 bilhões no orçamento deste ano. A CPMF, antes desviada, hoje reforça o orçamento da área e amplia os recursos do SUS para Estados e Municípios.


 


No Rio Grande do Sul o governo federal injeta anualmente ao redor de R$ 1 bilhão em toda a rede de serviços de saúde. É uma cifra decisiva, sobretudo se considerado que o governo estadual deixa de aplicar a mesma quantia a cada ano. Além disso, a União também administra o GHC – Grupo Hospitalar Conceição, que congrega os Hospitais Conceição, da Criança, Fêmina, Cristo Redentor e doze unidades de saúde comunitária e que realiza perto de cinco milhões de procedimentos ao ano dentre cirurgias, exames, consultas, partos, internações.


 


Desde 2003 o GHC vem investindo nas emergências, em serviços prioritários, em tecnologias e na renovação e qualificação das equipes profissionais. Com a excelência dos seus funcionários e a expressividade de sua atuação, o GHC tem contribuído para que as dificuldades da saúde em Porto Alegre e no nosso Estado não assumam características dramáticas como em outras regiões do país.


 


O GHC continuará contribuindo para que a regulação do sistema – que é uma responsabilidade dos gestores municipais e estadual -, seja benéfica às necessidades da população. Queremos que outras portas se abram mais ao SUS, assim como consideramos importante investimentos crescentes e constantes, cumprimento de metas por todos os prestadores de serviços e a não paralisação de programas estratégicos para a população. O GHC trabalha firmemente para que a “crise da saúde” ceda seu indesejável lugar para mais e mais SUS.


 


 


Jussara Cony, Farmacêutica, Diretora-Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição.
Membro da direção nacional do PCdoB