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Renan continua a presidir Senado para “não ser agente da impostura”

Renan Calheiros (PMDB-AL) não cogita de se afastar da presidência do Senado. “Eu ainda não pensei nesta hipótese, não penso nesta hipótese”, afirmou Renan, em sua primeira entrevista após ser absolvido pelo plenário por 40 votos a 35, concedida à Rádi

Renan admite que o Senado está em crise, mas adiantou que procurará os partidos para “consertar esta situação”. “Se eu não tiver condições de presidir o Senado, quem vai ter, num quadro de absoluta divisão?”, indagou para a repórter.



“Uma renovação da confiança”



O senador disse que, em 110 dias do que considera uma campanha contra ele, perdeu apenas cinco votos na votação realizada ontem no Senado. Ele recordou que foi eleito presidente do Senado na primeira vez com 56 votos e na segunda vez com 45; após a campanha, perdeu apenas cinco votos, observou. “Não deixa de ser uma renovação da confiança da Casa no seu presidente”, avaliou.



“Desde o início ficou claro que o que importava era substituir o presidente do Senado. Tanto que vários senadores fizeram a proposta para que eu me afastasse da presidência. Por isso eu não desisti”, afirmou ainda o senador para a rádio do Grupo RBS.



Sobre a CPI: “A Abril tem que responder”



Os jornalistas indagaram sobre a CPI da Abril-Telefônica, que aguarda decisão do presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), para ser instalada. “Fiz questão de que ela fosse instalada na Câmara”, disse, para não haver confusão. Mas defendeu que ela investigue a Editora Abril.



“Da mesma forma que eu tenho que responder pelos meus atos, a Editora Abril tem que responder pelos atos dela. Temos que investigar igualmente a todos. Não dá para investigar a uns e não a outros”, argumentou. A Editora Abril é acusada de violar o artigo 7 da Lei do Cabo de 1995, entregando o controle acionário da TVA a capitais estrangeiros, na transação de R$ 922 milhões que realizou com a Telefônica em outubro passado. Renan afirmou, porém, que continuará a atender norlamente os repórteres da revista Veja.



Senado “votou mais de 70 MPs” durante a crise



Renan falou também dos próximos dias. “Vou me recolher com minha família e descansar um pouco. Perdemos a paz de espírito, sofremos o que todos sofrem nesse calvário. O que você diz não se escreve, só se escreve o que é dito contra você. O Psol entrou com quatro representações, o que mostra uma questão local. Ontem, fui obrigado a dizer que aquilo tinha que ser resolvido em Alagoas e não no Conselho de Ética. O conselho não pode ser utilizado para resolver questões locais”, afirmou.
Em outros trecho da entrevista, Renan falou sobre a relação entre o PT e o PMDB: “Temos a melhor relação. É preciso ter muita habilidade para contornar qualquer dificuldade. É essa habilidade que pretendo ter com os líderes partidários, com os presidentes de partidos, com todos os senadores para que possamos tocar o dia-a-dia.”



E sobre os trabalhos do Senado: “Disseram que o Senado tinha parado. De forma nenhuma. O Senado, desde o começo da crise, votou mais de 70 Medidas Provisórias. Agora, vamos ter votações que vão exigir um quorum superior. E num quadro de correlação apertada, é óbvio que essas votações terão mais dificuldade, como têm na Câmara. Existirão as dificuldades de se votar uma emenda constitucional, com um quórum qualificado. A CPMF vai chegar ao Senado no final de outubro, início de novembro. Há entendimento que a CPMF não é a favor do governo, é a favor do Brasil”.



Com Rádio Gaúcha