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Cauteloso, Fed reduz juros dos EUA pela 1ª vez desde 2003

O Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) pôs fim a uma pausa, iniciada em agosto de 2005, na trajetória de alta dos juros e fez um corte de 0,5 ponto percentual nesta terça-feira, baixando a taxa para 4,75% ao ano. Foi o primeiro corte de

A reunião desta terça-feira foi a primeira depois do agravamento da crise no mercado imobiliário, devido aos problemas no segmento de maior risco (conhecido como “subprime”) do mercado hipotecário norte-americano com o aumento na inadimplência.



Diante desse crise, o mercado financeiro mundial esperava por um movimento da autoridade monetária americana em resposta à turbulência vivida nas últimas semanas. A última vez em que o Fed havia reduzido sua taxa de juros em 0,5 ponto percentual foi em novembro de 2002, quando a taxa passou de 1,75% para 1,25% ao ano.









No decorrer da crise, que teve seus piores momentos em agosto, os principais bancos centrais do mundo – o próprio Fed, o BCE (Banco Central Europeu), o Banco da Inglaterra (banco central britânico) e o Banco do Japão – liberaram recursos (em alguns casos, como o Fed e o BCE, ainda liberam) recursos para evitar uma crise de liquidez em seus respectivos sistemas bancários. Nesta terça-feira o BCE, o Fed e o Banco da Inglaterra fizeram novas liberações de recursos nesse sentido.



Com as restrições maiores por parte dos bancos no acesso ao crédito, um corte dos juros básicos do Fed vinha sendo visto por analistas como uma forma de estimular a tomada de empréstimos, para que não houvesse desaquecimento demasiado da economia norte-americana, com a queda no consumo e nos investimentos em produção.



Pessimismo



A notícia foi conhecida no mesmo dia em que o governo dos EUA apresentou uma queda de 1,4% no índice de preços ao produtor americano em agosto, invertendo a direção apurada em julho, de elevação de 0,6%. O resultado do mês passado significou a queda mais expressiva desde outubro de 2006. O núcleo do indicador, que desconta alimentos e energia, considerados mais voláteis, aumentou 0,2%, após acréscimo de 0,1% em julho.



Nessa mesma linha, uma pesquisa com 52 economistas realizada pelo diário The Wall Street Journal entre os dias 7 e 10 deste mês, mostra que a chance de a economia norte-americana cair em uma recessão nos próximos 12 meses cresceu para 36%, em. Há um mês, a avaliação era de que a chance de ocorrer uma recessão era de 28%.



A crise do mercado de crédito de risco em curso e a desaceleração no setor imobiliário são os fatores que devem puxar para baixo a economia do país, diz a pesquisa. Para 60% dos entrevistados, a crise das hipotecas e a turbulência nos mercados financeiros de risco está na metade, enquanto os outros 40% disseram que o processo ainda está em seus estágios iniciais.



A previsão dos economistas entrevistados para o PIB (Produto Interno Bruto) no quarto trimestre deste ano é de um crescimento de 1,9% (dado anualizado), abaixo dos 2,5% registrados no mês passado. para 2008, a projeção de crescimento é de 2,1%, abaixo da estimativa anterior, de 2,6%.



O presidente do Fed, Ben Bernanke, recebeu uma nota 82 (em uma escala de 100 pontos) por sua atuação à frente do banco. Aproximadamente dois terços dos entrevistados disseram que sua resposta à crise no mercado financeiro (com a liberação de recursos e a taxa de redesconto em 0,5 ponto percentual) foi adequada. Os demais disseram que ele foi lento ao agir para conter a crise.



Da redação, com agências