Documentário faz crítica perturbadora da guerra do Iraque
Comentário pragmático mas extremamente crítico da guerra do Iraque, Body of War mostra como os soldados foram enviados ao Iraque e como estão quando retornam, deixando o resto da história a cargo do noticiário diário na TV. Sua identificação com
Publicado 18/09/2007 20:49
Como os homens de uma geração anterior que se alistaram nas Forças Armadas após o ataque a Pearl Harbor, Tomas Young entrou para o Exército em 13 de setembro de 2001. Ou seja, já tinha visto o presidente Bush postado diante dos escombros do World Trade Center, prometendo “caçar” aqueles que atacaram os Estados Unidos.
Young esperava ir ao Afeganistão para participar da caçada a Osama bin Laden, mas acabou sendo enviado ao Iraque. O período: cinco dias – porque depois disso o veículo não-blindado em que estava foi atacado, e um cartucho de AK-47 perfurou sua coluna vertebral, deixando-o paralítico.
Conhecemos Tomas pouco antes de seu casamento com Brie, uma mulher decidida que vemos buscando na internet maneiras de ajudar a controlar as funções excretoras de Tomas – que se tornam imprevisíveis. Brie e a mãe de Tomas, Cathy, o ajudam com coisas pequenas e grandes ao longo do filme. Em um momento, a câmera assiste, incomodada, enquanto Cathy coloca um cateter no pênis de seu filho para que ele possa esvaziar a bexiga.
A paralisia de Tomas o afeta de maneiras inesperadas. Seu corpo não consegue regular sua temperatura, de modo que ele é obrigado a usar um colete cheio de pedras de gelo quando vai a Crawford, Texas, para participar de uma das manifestações da ativista Cindy Sheehan contra a guerra.
Ele fica tonto facilmente, por isso faz pausas dramáticas durante um discurso em uma reunião da igreja em Brooklyn. Apesar do desconforto, ele está determinado a percorrer o país argumentando contra uma guerra que passou a considerar injustificada.
Movidos por mentiras
Entre as cenas de Tomas, os diretores Ellen Spiro e Phil Donahue cortam para outubro de 2003, quando a Casa Branca apresentou seus argumentos em favor da invasão do Iraque. Ouvimos o presidente fazer afirmações que agora sabemos ser incorretas – e vemos suas afirmações serem papagueadas por um senador depois de outro, enquanto o Congresso discute se lhe concederá a autoridade de recorrer à força militar.
Os republicanos são os mais ardorosos em levar esses pedaços de desinformação para o público, mas Body of War faz questão de flagrar figuras de destaque, como Hillary Clinton, fazendo exatamente a mesma coisa. John Kerry, por sua vez, declara que é provável que Saddam Hussein venha a possuir uma arma nuclear em menos de um ano.
Da Redação, com informações da Hollywood Reporter