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Maoístas do Nepal deixam governo  e contestam eleição

O Partido Comunista do Nepal (Maoísta) [PCN(M)] abandonou a coalizão governamental formada há cinco meses, abalando fortemente um nascente processo de paz. Os maoístas decidiram sair do governo depois que o primeiro ministro Girija Prasad Koirala 

Quatro ministros maoístas apresentaram suas demissões na tarde desta terça-feira (18), depois de febris negociações entre os líderes da aliança governista de oito partidos. pela manhã, que não chegaram a um acordo. Mesmo fora do governo, os maoístas não abandonaram o processo de paz. “Vamos nos concentrar na agitação pacífica pelo atendimento de nossos reclamos”, disse à imprensa o membro do Birô Político maoísta Krishna Bahadur Mahara, depois de se demitir.



Dirigindo-se a um comício organizado por seus simpatizantes no teatro ao ar livre em Katmandu, depois das fracassadas negociações, o segundo homem dao partido, Babu Ram Bhattrai, argumentou que “a Assembléia Constituinte não pode se reunir enquanto existir a Monarquia. Agora nosso partido vai obter a República através da agitação de rua.”



Ele agregou que seu partido também não aceita o sistema eleitoral anunciado pela Comissão Eleitoral. “O Código Eleitoral de Conduta anunciado pela Comissão Eleitoral não é aceitável para nós”, afirmou. Mas não esclareceu se o PCN(M) participará as eleições, convocadas para o dia 22 de novembro.



Sintomaticamente, o presidente do PCN(M), Prachanda, cuja presença estava prevista no comício, no último instante deixou de comparecer, alegando razões de saúde. Observadores especulam que Prachanda pode ter se ausentado visando deixar uma porta aberta para negociações com os parceiros de coalizão.



O secretário-geral do Partido Comunista do Nepal (Unificado Marxista-Leninista), que também forma a coalizão, disse que os principais dirigentes da aliança de oito partidos, inclusive os maoístas, concordaram com uma reunião de diálogo na manhã de quarta-feira (19). “Os maoístas deixaram o governo, mas não se retiraram do processo de paz. Ainda temos esperanças em um acordo”, disse ele.



O ministro da Paz e Reconstrução, Ram Chandra Poudel, também expressou confiança em que os últimos acontecimentos políticos não desencaminhariam o processo de paz. “Ainda estamos esperançosos de que os maoístas retornarão à mesa de negociações e alcançaremos um consenso”, adirmou. Poudel disse também que o governo estava pronto para atender a 20 das 22 reivindicações apresentadas pelos maoístas.



O PCN(M) ingressou na política institucional depois da exitosa rebelião de abril de 2006, e em 1º de abril passado somou-se ao governo de coalizão que dela emergiu. Na fase anterior, em uma década de combates, a guerrilha deixou 13 mil mortos.



Fonte: http://www.hindu.com