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Após dissídio coletivo, Greve nos Correios chega à Justiça

A greve dos trabalhadores dos Correios chegou à Justiça do Trabalho, após o ingresso de uma ação de dissídio coletivo por iniciativa da própria estatal nesta terça (18). Agora, a negociação que não tinha acordo vai ser apreciada pela Justiça. A primeir

Segundo a assessoria de comunicação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o ministro Milton de Moura França, vice-presidente do TST, é instrutor do dissídio e tentará buscar um acordo entre as partes. Caso haja solução nessa audiência de conciliação, o acordo deve ser homologado pelo tribunal. Se isso não acontecer, as partes envolvidas têm um prazo para apresentar seus argumentos. A decisão caberá ao TST e não cabe recurso após o final do processo. Em qualquer momento do processo, a estatal e os grevistas podem chegar a um acordo, retirando o dissídio coletivo.


 


Os servidores pedem 47,7% de reajuste, mais R$ 200 de aumento linear para todos os trabalhadores, além de um novo plano de cargos e salários. Segundo o representante do comando de greve, José Gonçalves de Almeida, os trabalhadores vão para a audiência tentando novamente um acordo. A categoria não aceitou a proposta da diretoria dos Correios de abono de R$ 400 e inclusão dos pais dos funcionários no plano de saúde.


 


Segundo os Correios, entre 2003 a 2007, os trablhadores tiveram reajustes de 103%, contra uma inflação de 46,8%. Os grevistas reclamam que os valores não foram suficientes para recuperar perdas acumuladas desde 1994.


 


Proposta rejeitada


 


Os trabalhadores da ETC, em greve há seis dias, não aceitaram a proposta feita pelo governo na tarde desta terça feira (18) e decidiram permanecer em greve por tempo indeterminado. O governo federal ofereceu mais R$ 10 de aumento linear aos servidores, além da proposta anterior, que previa o reajuste de 3,74% mais aumento linear de R$ 50 em janeiro.


 


O representante dos servidores na negociação, José Gonçalves, disse que a proposta apresentada era insignificante em relação ao que os funcionários reivindicam. “Vamos continuar em greve até que a empresa volte à mesa de negociações e o governo apresente uma proposta que contemple nossas reivindicações”, afirmou.


 


A rejeição da proposta levou os Correios a cumprirem as ameaças de ingressar na Justiça para rever o processo de greve.


 


Paraná e São Paulo


 


A assembléia realizada nesta quarta (19) pelos funcionários dos Correios do Paraná homologou a decisão de rejeitar a nova proposta feita pelo governo de reajuste de R$ 50 para R$ 60 de aumento real nos salários. Também confirmou a decisão da continuidade da paralisação por tempo indeterminado.


 


O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues dos Santos, questionou a informação dada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, de que a negociação tem um limite de R$ 400 milhões para serem gastos com aumento dos servidores.


 


Segundo o sindicalista, o argumento do ministro não leva em conta que “só  com propaganda, constatado em editais de publicidade, no último mês, foram gastos cerca de R$ 90 milhões”. A greve  no Paraná tem hoje a adesão de 90% dos seis mil funcionários do estado.


 


A direção dos Correios no Paraná conseguiu a revogação da liminar na 14.ª Vara do Trabalho de Curitiba, para que os acessos aos prédios da empresa em todo o estado  fiquem liberados, e multa de R$ 50 mil por dia se o sindicato descumprir a decisão.


 


Santos disse que o departamento jurídico está recorrendo dessa decisão, “não tem porque pagar essa multa pois o direito de ir e vir está sendo garantindo desde o primeiro dia de greve e os portões estão sempre abertos para quem quiser entrar – o que temos é uma comissão de convencimento, mas que age de forma pacífica”.


 


Em São Paulo, a assembléia realizada nesta terça também rejeitou a proposta do governo. Novamente nesta terça, os trabalhadores deverão se reunir para buscar saídas ao impasse. As assembléias da categoria aconteceçem sempre por volta das 16h na Praça da Sé, centro da capital paulista.