Assassinato de comunista na Paraíba repercute na Câmara
O assassinato de Francisco das Chagas, presidente do PCdoB do município de Santa Rita (PB), na madrugada desta terça-feira (18), repercutiu na Câmara dos Deputados. O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) disse que a Casa vai pressionar para que o crime seja
Publicado 19/09/2007 19:44
O deputado Luiz Couto (PT-PB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, denunciou que ''milícia armada privada está matando lideranças sindicais no nosso Estado''.
Da tribuna da Câmara, Couto pediu providências ao Secretário de Segurança Púbica e ao Comandante da Polícia Militar da Paraíba, ''com quem quero encontrar-me em audiência para entregar a relação dos policiais militares e civis envolvidos nessas chacinas, nessas execuções'', acrescentando que ''a Polícia sabe quem são os culpados por esses crimes, sabe como agem e a serviço de quem, sabe quem ganha dinheiro à custa dessas mortes''.
Francisco das Chagas, que era também presidente do Sindicato dos Condutores Autônomos de Transporte Público Alternativo da Paraíba, de 50 anos, foi candidato a deputado federal pelo PCdoB em 2006.
Ele foi executado em sua casa, no loteamento Pôr do Sol, bairro do Tibiri II, em Santa Rita. Ele dormia quando foi assassinado por 4 homens encapuzados, que chegaram à sua casa em 2 motos, o que caracteriza crime de extermínio.
Lopes atribui o crime à disputa que existe, em todo o País, entre o transporte alternativo e as médias e grandes empresas, ''por linhas e lideranças'', destacando que ''nada justifica uma assassinato com características de encomenda. Segundo ele, o governo deve agir, por meio da polícia, para esclarecer o assassinato e dar um basta a tradição de se recolver as questões ''à bala''.
O parlamentar petista disse ainda que ''a Comissão de Direitos Humanos desta Casa vai exigir do Governo do meu Estado a investigação profunda de crimes misteriosos como este, que já somam 250 só na Paraíba e até hoje estão sem solução''. Ele disse ainda que a Comissão dos Direitos Humanos estará sempre atenta, defendendo a vida e combatendo o crime organizado e a ação de grupos de extermínio em todo o País.
Couto manifestou ''solidariedade à família do Sr. Francisco das Chagas e a todos os seus colegas condutores autônomos neste momento de dor e de sofrimento''. Lopes estendeu a solidariedade aos companheiros do PCdoB, a quem sugere que também ajam para que seja esclarecido o crime.
De Brasília
Márcia Xavier