Conselho adia votação; PT propõe um só processo anti-Renan
A proposta da líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), de juntar em um só processo todas as denúncias restantes contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), dividiu o Conselho de Ética. O presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO),
Publicado 19/09/2007 13:47
O PT propôs a unificação dos processos na terça-feira (18). “Nós estamos avaliando o mandato e não situação caso a caso. É muito difícil você avaliar de uma forma um caso, de outra forma o outro, sem interesse de conjunto. Isso foi algo que propiciou, na semana passada, muito dos desentendimentos e divisões que vários partidos tiveram em suas bancadas”, disse Ideli. Ela argumentou também que a unificação daria “celeridade e unicidade” no julgamento.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) reforçou a proposta de Ideli SAalvatti: “Que o Senado vote as três representações, de preferência, numa única sessão e, de preferência num único dia, para que possa dar uma resposta definitiva a esse episódio”, defendeu. O senador José Nery (Psol-PA) também concordou, questionando apenas por que a unificação só se processaria agora.
Quintanilha, DEM e PSDB são contra
Quintanilha, que adiou a reunião do conselho depois de consulta aos líderes partidários, declarou-se contrário à proposta. “Eu defendo a tese de que cada representação deve ter tratamento distinto. Vamos unificar se eu for voto vencido”, disse.
“Eu vou manter a coerência da minha decisão”, afirmou ainda o presidente do Conselho de Ética do Senado, que já rejeitara proposta do Psol no mesmo sentido. “Eu acho que vão confundir as acusações se tudo for analisado conjuntamente. Eu advogo a causa do tratamento distinto a cada representação”, insistiu.
O líder do DEM também se pronunciou contra a proposta do PT. “São representações diferentes, têm origem e causas distintas e, portanto, merecem tratamento diferente.” Para Álvaro Dias (PSDB-PR), a sugestão dos petistas só teria sentido se o voto fosse aberto e não secreto, como é hoje.
Na reunião do Conselho de Ética que estava prevista para esta manhã, o relator da segunda denúncia contra Renan, João Pedro (PT-AM), deveria defender o arquivamento alegando falta de provas da acusação, de favorecimento da indústria Schincariol. Um terceiro processo, que já está no Conselho de Ética, ainda sem relator, refere-se a denúncias de uso de “laranjas”, feitas pelo usineiro João Lyra, adversário político de Renan em Alagoas.
Mesa examinará quarta representação
A Mesa do Senado vai decidir na quinta-feira, em reunião marcada para as 14 horas, se encaminha ou não ao Conselho de Ética a quarta representação acusando o presidente da Casa de quebra de decoro parlamentar. A representação, apresentada pelo PSOL assim como a primeira e a segunda, pede para investigar a denúncia de que Renan e o lobista Luiz Garcia Coelho teriam montado um esquema para desviar recursos de ministérios comandados pelo PMDB.
A convocação da reunião da Mesa foi feita pelo vice-presidente da Casa, senador Tião Vianna (PT-AC). Seguindo as regras do regimento, ele pediu que a Advocacia-Geral do Senado faça um requerimento para ajudar a embasar a decisão da direção da Casa.
Da redação, com agências