Sem categoria

Para o BID, Brasil lidera crescimento da AL

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, mostrou na sexta-feira (21) o seu otimismo com o crescimento econômico da América Latina e apontou o Brasil como líder da região.

Em seu discurso na 11ª Conferência das Américas, em Miami, Moreno afirmou que, apesar da pobreza que ainda afeta a América Latina, “há base para o otimismo”.



“É verdade que na América Latina há desigualdade na distribuição da riqueza. Mas a realidade mostra que a sua economia está numa posição firme para lidar com as tempestades financeiras”, avaliou.



Moreno apontou o Brasil como o líder da região, com um crescimento anual próximo aos 5%. Ao mesmo tempo, apostou como destaques do próximo ano Peru, Colômbia e Chile, na América do Sul, e Panamá e El Salvador, na América Central.



O Brasil, acrescentou, faz parte de um grupo de países cada vez mais “diversificados”, que investem mais fora que dentro de suas próprias fronteiras.



Entre os motivos para apoiar seu otimismo, ele citou o aumento da estabilidade macroeconômica, deixando os países latino-americanos com uma inflação de um dígito. “Isso não acontecia há muitos anos”, lembrou.



“A economia depende mais do comércio exterior, os países da América Latina estão crescendo com superávits em suas contas correntes”, afirmou Moreno. Ele destacou o “grande impacto” do comércio, aumentando a renda latino-americana.



Moreno reconheceu que os países seguem ritmos diferentes. Mas insistiu em seu otimismo ao observar “um dinamismo que não se via antes”.



“Não é um problema de distribuição e desigualdade, e sim das diferenças entre a economia formal e a informal”, disse.



A existência de um setor amplo da população que não faz parte do mercado de trabalho, na sua análise, é um dos grandes “desafios” da economia latino-americana. São 205 milhões de pessoas em situação de pobreza e 79 milhões em pobreza extrema, citou.



O presidente do BID apontou a redução real da extrema pobreza na América Latina. O aumento da despesa dos consumidores levou a uma “melhora” da classe média, e ao desenvolvimento de políticas sociais que transferem recursos aos setores mais pobres.



“O problema da pobreza da América Latina não vai desaparecer, mas é preciso mobilizar outros setores da população por meio da filantropia”, receitou.



Para o presidente do BID, o mecanismo de investimento social para promover o desenvolvimento, freqüente nos Estados Unidos, está começando a decolar na América Latina. As remessas que os imigrantes enviam a seus países de origem podem ser a alavanca do processo.