Antônio Nóbrega, um brincante nordestino

O pernambucano Antônio Nóbrega é o próximo convidado do programa “Nomes do Nordeste”. Ele concede entrevista aberta, amanhã, às 19 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza.

O convidado desta edição do projeto “Nomes do Nordeste” é o mais sofisticado (multi) artista popular do Brasil e um dos principais porta-vozes da autêntica cultura nordestina. Foi pelas mãos do mestre Ariano Suassuna que Antônio Nóbrega entrou nas “brincadeiras”, aprendeu o valor e a riqueza da cultura conservada nos pés descalços, nas tradições passadas de geração a geração. Percebeu ali terreno fértil para criar, inovar, inventar, traduzir, sem repetir nem trair. Mas, até que suas peripécias ganhassem eco pelo país, Nóbrega suou muito nos palcos.


 


Antônio Carlos Nóbrega nasceu em Recife em dois de maio de 1952. Com poucos anos de idade, já dominava com primor o violino. Mas foi a rabeca que o consagrou. A descoberta do instrumento popular, uma espécie de avó do violino, apontou-lhe a vocação de “brincante”, artista dos espetáculos populares que o pernambucano de classe média conheceu já crescido, do bumba-meu-boi ao coco, do maracatu aos caboclinhos.


 


No final da década de 60, quando participava da Orquestra de Câmara da Paraíba e da Orquestra Sinfônica do Recife, Nóbrega foi convidado por Ariano Suassuna para a integrar, como instrumentista e compositor, o Quinteto Armorial – o mais importante grupo a criar uma música de câmara erudita brasileira de raízes populares.


 


Com o tempo, o envolvimento com a cultura nordestina só aumentou. Em 1976, começou a desenvolver um estilo próprio de concepção em artes cênicas, dança e música, apresentando a partir de então os espetáculos “A Bandeira do Divino”, “A Arte da Cantoria”, “Maracatu Misterioso”, “Mateus Presepeiro”, “O Reino do Meio Dia”, “Figural”, “Brincante”, “Segundas Histórias” e “Na Pancada do Ganzá” – com grande sucesso no Brasil e exterior, com prêmios como “Shell”, “APCA” e “Mambembe”.


 


Em 1997, lançou o espetáculo “Madeira Que Cupim Não Rói”, acompanhado de CD homônimo, viajando pelas capitais brasileiras. Um ano depois, levou aos palcos o espetáculo “Pernambuco falando para o Mundo”, novamente acompanhado de CD.


 


Em 2000, estreou em Lisboa “O Marco do Meio Dia”, espetáculo produzido sob os auspícios da primeira Comissão Nacional para as Comemorações do V Centenário do Descobrimento do Brasil, com o qual se apresentou em Paris (França), Hannover (Alemanha) e em várias cidades brasileiras. Em seguida, em 2002, fez a estréia do espetáculo “Lunário Perpétuo” e o lançamento do CD homônimo. Juntamente com Rosane Almeida idealizou e dirige o espaço cultural Teatro e Escola Brincante, em São Paulo.


 


Em 2004, começou a apresentar no canal Futura, também com Rosane, a série “Danças brasileiras”, um inventário de danças de todo o país passando pelas diferentes regiões. Em fevereiro de 2005, foi convidado para se apresentar no Teatro Nacional de Havana, em Cuba. No início do ano passado, lançou o primeiro CD do projeto “Nove de freveiro”, pela aproximação do centenário do frevo. Já no início de 2007, participou do CD “100 anos de frevo” (Biscoito Fino), do qual participaram diversos artistas consagrados como Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Chico Buarque e Gilberto Gil.


 


No disco, interpretou “Evocação”, de Nelson Ferreira. No carnaval deste ano, também comandou o tradicional “Arrastão do dia do frevo”, com apresentação de diversos blocos líricos e orquestras itinerantes. Nesta terça-feira, é a vez do cearense conferir de perto o talento de Antônio Nóbrega. A entrevista, conduzida pelo jornalista Augusto César Costa, será entremeada de pequenas performances que pontuam o rico repertório de Antônio Nóbrega.


 


A entrevista com Antônio Nóbrega, dentro do projeto ´Nomes do Nordeste´, acontecerá nesta terça-feira, às 19 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941, Centro). Entrada gratuita. Informações: (85) 3464.3108).


 


 


Fonte: Diário do Nordeste