Congresso de Negros discute projeto de Nação

O Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil (Conneb) avançou mais uma etapa na discussão de um Projeto Político do Povo Negro para o Brasil. A plenária do estado de São Paulo, realizada em Campinas, no sábado (22/09), reuniu 250 delegados/as

Os debates foram centrados na ''análise da realidade brasileira do ponto de vista da Nação, do Estado, da Economia, e os desafios para a construção do projeto político do povo negro''. Também foram debatidos ''territorialidade, resistência e valores civilizatórios de matriz africana e a luta das mulheres negras no Brasil''.


 


 


 


 


Para Edson França, da Comissão Executiva Nacional do Conneb, o Congresso é um espaço positivo que está conseguindo um feito muito importante; juntar toda a diversidade política, regional, cultural e ideológica, para construir e propor algo ao Brasil. ''É uma oportunidade da gente elaborar algo a ser apresentado à sociedade, um projeto que tem legitimidade junto à população negra'' afirma. Edson considera que algumas questões têm avançado no debate. Cita o debate sobre democracia, anti-racismo e a compreensão sobre a importância da universalização da intervenção.


 


 


Lajara Janaína, do Encontro Nacional da Juventude Negra (Enjune), destaca a nova perspectiva que o Congresso traz para os jovens negros ao definir seu projeto para o Brasil. ''Esse projeto deve estar relacionado com as lutas da juventude: como o combate à violência policial e a igualdade de condições para participação no mercado de trabalho'' afirma. Para ela, o Congresso é um espaço para a juventude se posicionar sobre qual projeto político ela defende. Além disso, ela considera que é também um importante instrumento para mobilizar e fazer outras pessoas participarem.


 


 


Gegê, da Central de Movimentos Populares (CMP) aponta para a importância do Congresso ''porque qualquer aglutinação de seres humanos em busca dos seus direitos é bem vinda''. Ao afirmar que ao longo da história, as pessoas da raça negra têm sido tratadas como escravos, ele destaca a importância do Congresso, que pode fazer avançar um projeto de nação onde negras e negros, homens e mulheres, homossexuais e índios, sejam incluídos na sociedade. Para Gegê, ''uma sociedade não constitui uma nação se ela discrimina seu povo''.


 


 


Ao final da plenária, foram eleitos os delegados à Assembléia Nacional de São Paulo, que será realizada na Universidade Zumbi dos Palmares, nos dias 11 a 14 de outubro e onde será traçado um diagnóstico das lutas e experiências do povo negro. As vagas, por região, ficaram assim distribuídas: Araraquara: 04 delegados/as; ABC: 08; Baixada Santista: 05; Campinas: 11; Franca: 03; Grande São Paulo: 23; Guarulhos: 08; Osasco: 08; Ribeirão Preto: 05; Sorocaba: 05.


 


 


De Campinas,
Agildo Nogueira Jr.