Áreas fronteiriças amazônicas estão desprotegidas

Em reunião realizada hoje à tarde pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, os parlamentares participantes apontaram a falta de proteção e fiscalização das áreas front

A deputada Dalva Figueiredo (PT-AP), autora do requerimento que solicitava a audiência colocou que nos últimos anos questões ambientais têm despertado a preocupação do país como um todo. No entanto, os recursos financeiros e de pessoal não acompanham. ''Antes no Oiapoque tínhamos quatro policiais. Hoje este número aumentou. Mas mesmo assim está longe do ideal É preciso discutir o orçamento para que nós deputados tenhamos condições de articular e mobilizar para melhorar este sistema'', colocou.


 


As áreas fronteiriças sofrem com uma série de problemas. Da Bolívia, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana francesa surgem problemas como o narcotráfico, a imigração clandestina, exploração madeireira, pistolagem, contrabando de ouro e pedras preciosas, homicídios de bandidos e prostituição. De acordo com o delegado da Polícia Federal Marcos Spósito, os países fronteiriços trazem más influências para o Brasil, o que dificulta a ação da polícia.


 


O Vice-Almirante Arnon Lima Barbosa diretor do departamento de política e estratégica do Ministério da Defesa explicou que a Marinha, o Exército e a Força Aérea Brasileira aumentaram consideravelmente o seu contingente de pessoal para atender as áreas fronteiriças. ''Saímos de oito mil servidores para 33 mil. O esforço está sendo muito forte em relação à Amazônia. O Exército está colocando pelotões nas áreas e quanto mais existir melhor, pois são quilômetros de área em meio à mata fechada'', informa.


 


O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel da Rocha exemplificou o trabalho do Ibama com a operação Brasil-Peru recentemente realizada para coibir o trafico de animais silvestres, extração de madeira, principalmente o mogno e cedro, a abertura de estradas clandestinas, a contaminação dos recursos hídricos, dentre tantos outros problemas. ''Em meio a mata fechada os contrabandistas peruanos roubam o patrimônio brasileiro. Estamos fazendo um trabalho de capacitação para os fiscais para que possam agir com mais rigor. No ano que vem o tratado Amazônico área a fiscalização das fronteiras vai inibir ainda mais esta prática'', frisa.


 


O deputado Henrique Afonso (PT-AC) colocou que um dos maiores problemas que o Brasil enfrenta é o descuido com as áreas de fronteira. ''Os problemas repetem e precisa ter um enfrentamento de políticas públicas, de investimentos para proteger as fronteiras'', diz.


 


Além disso, pondera, existe a necessidade de uma conversa diplomática com o Peru para que ele não continue fazendo devastação não só lá, mas aqui no Brasil também.


 


O deputado Márcio Junqueira (DEM-RR) finalizou dizendo que é preciso mais rigor na fiscalização, pois ''o traficante João Abadia afirmou que passava milhões de dólares tranqüilamente em Boa Vista sem nenhuma fiscalização. Isso é um absurdo''.


 


Diovana Miziara
Ascom CAINDR