PCdoB/BA: seminário discute democratização da mídia
Durante três dias a comunicação ficou no centro de um debate que superou o âmbito partidário. O Seminário Estadual de Comunicação, realizado pelo PCdoB baiano, levou até a Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) representantes de
Publicado 26/09/2007 17:41
Entre os quais secretários municipais de comunicação do PCdoB, assessores de comunicação sindicais, de parlamentares, de gestores, professores e estudantes da área. O seminário aconteceu de 21 a 23/9, e teve como lema a democratização da mídia no Brasil.
Os presentes, além de assistir a painéis temáticos, puderam emitir e debater suas opiniões sobre assuntos como a TV pública, a cobertura da mídia nas eleições 2006, o papel da internet, a política de comunicação do partido e as novas propostas para o portal Vermelho. A iniciativa reforça uma das bandeiras do PCdoB, a busca por uma consciência social avançada das amplas camadas da população e a defesa do acesso à informação num contexto comunicacional brasileiro, marcado pela presença de grandes conglomerados atuando em bloco.
Política de comunicação do PCdoB
Os presentes debateram também os principais pontos da política estadual de comunicação do PCdoB. A diversidade e amplitude da participação no seminário com representantes de vários municípios baianos contribuíram para que o PCdoB pudesse ouvir e atender a demandas que refletem o tamanho do estado da Bahia. Um dos principais diferenciais desse debate foi também a participação de pessoas que não são diretamente ligadas ao partido, principalmente jornalistas, profissionais e estudantes de comunicação. Eles puderam manifestar as suas expectativas e contribuir com a política de comunicação do PCdoB
O partido da mídia
Principalmente durante o primeiro dia do seminário, a postura de setores da grande mídia brasileira foi criticada pelos presentes no debate. Também foram discutidas formas oposição ao monopólio da comunicação, como a criação e o fortalecimento de uma mídia contra hegemônica, que atue de maneira independente e represente os reais anseios do povo. Dentro dessa linha, foram destacadas as iniciativas de blogs, rádios comunitárias e jornais ligados a movimentos estudantis, sociais e sindicais. No entanto, a luta pela democratização da mídia é a bandeira maior levantada pelos que lutam pela consolidação da democracia no Brasil.
A presença do pesquisador da Universidade de Brasília Venício de Lima, que na ocasião também lançou o seu livro “A mídia nas eleições 2006”, também reforçou a idéia de que tenha se formado um “partido da mídia”. Lima, que se dedicou à análise da cobertura dos meios de comunicação do pleito de 2006, afirmou que o resultado da eleição pode ser considerado uma vitória do povo sobre a mídia, já que está se posicionou nitidamente contrária à reeleição de Lula.
De olho nas concessões
O pesquisador também lembrou que a luta pela democratização da mídia não pode deixar de passar por questões como a fiscalização das regras que regulamentam o setor e o caráter público que têm esses serviços. E, para ele, a sociedade civil exerce um papel importante no monitoramento desses processos. “Está havendo, mais do que em qualquer outra época que eu me lembre, uma crescente consciência sobre o fato de que as concessões de radiodifusão são concessões de serviços públicos e que precisam ser reguladas como tal”, destacou Lima.
Rede de comunicadores
A Rede de Comunicadores, uma ação conjunta, em âmbito estadual, com a participação dos secretários municipais e assessores de comunicação de várias áreas foi estruturada durante o seminário. A Rede de Comunicadores pretende fortalecer a atuação do partido e dos seus filiados no âmbito da comunicação ampliando o alcance do que é divulgado pelo partido e de suas posições. Julieta Palmeira, secretária estadual de Comunicação do PCdoB, informou como o partido pretende que a rede funcione e quais são os resultados esperados.
Depois da apresentação, foi a vez dos assessores presentes manifestarem suas idéias e opiniões sobre o projeto, contribuindo na formação de um plano de ação para rede. Nesse ponto a internet será uma ferramenta fundamental, tanto para o funcionamento interno da rede, quanto na sua atuação junto aos meios de comunicação. O projeto visa estabelecer um caminho de mão-dupla, onde os componentes possam, além de enviar matérias que “alimentem” o Vermelho em âmbito estadual e nacional, receber informações que contribuam para os seus próprios veículos de comunicação.
Nova fase do portal
Por ser o vértice da política de comunicação apresentada pelo PCdoB, o Vermelho foi tema recorrente durante o seminário. O portal teve o seu funcionamento apresentado e foi amplamente debatido pelos presentes. Bernardo Jofilly, editor do portal, Cláudio Gonzalez, além de Toni C. ambos integrantes da equipe estiveram presentes no evento e puderam ouvir elogios, críticas e sugestões de visitantes freqüentes do portal. As dicas para o jornalismo on line visando aperfeiçoar a eleboração das matérias vindas dos estados e o projeto de uma TV e uma rádio para o Vermelho também foram apresentados e discutidos. Com a inclusão desses novos suportes comunicativos, o portal entra em uma nova fase e passa a aproveitar com mais intensidade as possibilidades que a internet proporciona.
TV e Rádio Vermelho
A Bahia pretende se integrar a esse esforço de diversificar a mídia do portal Vermelho com a implementação de sucursais locais da rádio e TV Vermelho e a montagem da infra-estrutura necessária já se encontra em andamento. Essas ferramentas irão aumentar a diversidade e a qualidade dos produtos comunicativos do PCdoB baiano, além de intensificar a interação com outros veículos.
A rádio e TV Vermelho irão veicular, além de reportagens, vídeos-documentários sobre temas de interesse não só do partido, mas de toda a população. Para isso pretende conta com a contribuição de pessoas de todo o estado.
Jornal A Classe Operária
No último dia do evento foram discutidas as propostas atuais para o histórico jornal A Classe Operária. Os debates giram em torno da idéia de um jornal voltado para quem não tem internet envolvendo a iniciativa de quem tem internet. O jornal seria disponibilizado on line através de franquia e impresso em cada local. Um exemplar, com periodicidade semanal, conteria oito páginas: seis nacionais, uma estadual e uma local. Por enquanto, a proposta está em fase de experimentação em alguns municípios.
De Salvador
Rodrigo Rangel Jr.