Presidente da juventude do PSDB é detida no Congresso
Seguranças do Senado tentaram impedir nesta quarta (26) um protesto de jovens do PSDB, DEM e PPS contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os jovens entregaram cartas aos senadores para defender o pedido de cassação de Renan. A presidente na
Publicado 26/09/2007 21:52
A jovem se recusou a prestar esclarecimentos e se dirigiu à liderança do PSDB na Casa – onde recebeu apoio do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). ''A moça foi coagida pelos seguranças da Casa. Eu pessoalmente vou tirá-la das mãos de quem quer que seja. É um direito que ela tem. Ela não pode vir para cá sem blusa. Com blusa, independentemente do que estiver escrito, ela pode entrar'', disse Virgílio.
O líder cobrou providências do senador Efraim Morais (DEM-PB), que presidia a sessão no momento em que a jovem foi convidada a se explicar aos seguranças. Efraim determinou que a segurança liberasse a jovem sem a necessidade de explicações pelo uso da camiseta.
''A Mesa vai tomar as providências imediatas e pedir que a jovem seja liberada imediatamente. Eu estou determinando que a segurança da Casa libere a jovem'', disse Efraim.
Protestos impedidos
Kamyla não chegou a ingressar no plenário do Senado, onde o regimento interno da Casa impede manifestações públicas. A jovem circulou apenas nos arredores do plenário, próximo ao gabinete de Renan. ''A nossa liberdade de expressão precisa ser valorizada, ainda mais no Brasil em que vivemos hoje. Eu estava passando e um agente da segurança me pediu para que eu o acompanhasse'', disse Kamyla.
O chefe da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo, argumentou que um ato da Mesa Diretora impede protestos contra parlamentares dentro das dependências da Casa.
''Aqui não é praça pública. Nenhuma manifestação nem de apreço nem de desapreço a qualquer parlamentar é permitida na Casa. Isso está estabelecido em um ato da Mesa Diretora'', argumentou.
Protesto
Na carta encaminhada aos senadores, os jovens afirmam que estão indignados com a decisão do plenário da Casa de absolver Renan no primeiro processo por quebra de decoro parlamentar.
''Exigimos que as demais investigações abertas pelo Conselho de Ética do Senado, tanto sobre Renan Calheiros como qualquer outro membro da instituição, tenham um desfecho sério, em respeito à população, e que as decisões encaminhadas ao plenário sejam verdadeiramente democráticas'', afirmam.
A carta é assinada pelos presidentes da Juventude do PSDB, DEM e PPS. O deputado Efraim Filho (DEM-PI), filho do senador Efraim Morais, participou da manifestação contra Renan – e assina a carta como presidente nacional dos Jovens Democratas. Apenas a juventude do PSOL, que também defende o ''Fora Renan'', não assinou a carta.