Projetos de Tânia propõem integração entre surdos e ouvintes

 


No dia nacional dos surdos, 26, a deputada estadual Tânia Soares (PCdoB) ocupou o plenário da Assembléia Legislativa para apresentar dois projetos referentes à data. Um com alterações na Lei Estadual n° 4.656, que institui o dia estadual

 


“Essa é uma maneira do estado incentivar e reconhecer a cultura surda como instrumento de construção da cidadania. Queremos facilitar a comunicação por meio da Libras, promover a inclusão social e o respeito à comunidade surda”, afirma a parlamentar. Se forem aprovados os respectivos projetos de lei, as escolas da rede estadual poderão ensinar aos alunos a Língua Brasileira de Sinais e as repartições públicas treinarão seus funcionários.


 


“Essa legislação avança porque estimula os indivíduos a ter uma nova percepção sobre a surdez. Os projetos de lei buscam ações que favoreçam o relacionamento, na esfera pública, entre surdos e ouvintes”, justifica Tânia Soares. Também está prevista parceria com os municípios para incentivar a existência de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais nos bancos, hospitais, shoppings e outros estabelecimentos de grande afluência de público.


 


Educação


 


A popularização da Língua Brasileira de Sinais em Sergipe é notória. Há um aumento significativo na oferta de cursos da Libras no Senac, na Apada (Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos), no Ipaese (Instituto de Educação e Apoio aos Surdos de Sergipe), Comissão de Libras e Associação dos Surdos.


 


Só em Sergipe, de acordo com dados do IBGE, estima-se que haja mais de 15 mil pessoas com problemas relacionados à audição. Dos quais, cerca de 20% fariam parte da comunidade surda do estado. Aracaju é a cidade que concentraria maior número de pessoas com problemas relacionados à audição e surdez, número superior a sete mil cidadãos.


 


Segundo o Censo 2000, existem no Brasil cerca de 24 milhões de pessoas portadoras de necessidades especiais, das quais 5,7 milhões são pessoas com deficiência auditiva. O Senso Escolar de 2000, fonte INEP/MEC, informa que 80% dos alunos surdos ingressos na escola não completam o ensino fundamental e 30% completam o ensino médio. Cerca de 95% dos surdos são filhos de pais ouvintes e não falantes da Libras. “Nosso desejo é que essa demanda pela Libras seja concretizada, ao ponto dessa linguagem ser mais um código de comunicação entre as pessoas”, finaliza a deputada.