É 'hora perfeita' para criar central, diz Renato Rabelo
Um plenário lotado recebeu o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, para falar de conjuntura nacional e internacional, neste sábado (29), segundo dia do 7º Encontro Nacional da Corrente Sindical Classista, que acontece no Ginásio de Esporte do Si
Publicado 29/09/2007 20:00
Como resposta, ouviram Renato apontar o surgimento da central classista como divisor de águas para o movimento sindical brasileiro — aporte para a os trabalhadores conquistarem mais espaços nas decisões do país. “A hora é perfeita para a criação da Central, pois o Brasil precisa de uma entidade ética, democrática e plural na defesa do trabalhador,” afirmou.
Em sua explanação, o presidente do PCdoB elogiou a postura adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na reunião da Organização das Nações Unidas, quando defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia, deixando clara sua disposição de não entregá-la ao capital estrangeiro. Renato defendeu a decisão de Lula de formar um bloco de cooperação com países do terceiro mundo, como a Venezuela — “parceiro estratégico para o fortalecimento do Mercosul”.
O comunista avaliou como avançada e progressista a política externa do governo Lula, que internamente poderia avançar mais nas questões ligadas aos trabalhadores. Rabelo criticou também a postura adotada pela mídia, apontada como grande partido de direita no país, principalmente nas matérias relacionadas à Venezuela e às mudanças realizadas pelo presidente Hugo Chávez no país vizinho.
Sobre a conjuntura nacional, Renato salientou as dificuldades de governar o país sem alianças com partidos de centro-esquerda. Para ele, a crise enfrentada pelo governo é o resultado da união de correntes heterogêneas na base de sustentação do governo no Congresso. A solução é a criação de uma frente ampla e progressista, que seria o núcleo nas ações para aprovar as mudanças necessárias para o desenvolvimento social do país.
A importância dos comunistas para a criação dessa frente foi ressaltada por Renato, que falou da preocupação do PT com a criação da central classista — que aparece com grande força num momento em que o PT está com uma postura mais ao centro e a CUT está perdendo força. A central, segundo Renato, terá um grande papel no novo cenário político que se desenha.
O presidente do PCdoB defendeu ainda a postura do partido diante da conjuntura atual, ressaltando a importância de não fazer o jogo da direita nas críticas ao governo federal. Na opinião de Renato, os dois mandatos de Lula representam um começo para os planos de mudanças pretendidos pelo partido. “Precisamos abrir caminho para uma transição para o socialismo,” disse.
De Salvador,
Eliane Costa