Rabelo: O Brasil precisa de uma central sindical democrática e plural
Um plenário lotado recebeu o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, para falar de conjuntura nacional e internacional, no segundo dia do 7º Encontro Nacional da Corrente Sindical Classista, que acontece no Ginásio de Esporte do Sindicato dos Bancári
Publicado 29/09/2007 20:12 | Editado 04/03/2020 16:21
Como resposta, ouviram o comunista apontar o surgimento da Central Classista como divisor de águas para o movimento sindical brasileiro. Aporte para os trabalhadores conquistarem mais espaços nas decisões do país. “A hora é perfeita para a criação da Central, pois o Brasil precisa de uma entidade ética, democrática e plural na defesa do trabalhador”, declarou.
Em sua explanação, Renato Rabelo elogiou a postura adotada pelo presidente Lula, na reunião da Organização das Nações Unidas, quando defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia, deixando clara sua disposição de não entregá-la ao capital estrangeiro. Defendeu ainda a decisão do presidente de formar um bloco de cooperação com países do terceiro mundo, como a Venezuela, defendida por Rabelo como parceiro estratégico para o fortalecimento do Mercosul.
O comunista avaliou como avançada e progressista a política externa do governo Lula, que internamente poderia avançar mais nas questões ligadas aos trabalhadores. Rabelo criticou também a postura adotada pela mídia, apontada como grande partido de direita no país, principalmente nas matérias relacionadas à Venezuela e às mudanças realizadas pelo presidente Hugo Chávez no país vizinho.
Sobre a conjuntura nacional, Rabelo salientou as dificuldades de se governar o país sem alianças com partidos de centro esquerda. Para ele, a crise enfrentada pelo governo é o resultado da união de correntes heterogêneas na base de sustentação do governo no Congresso. A solução é a criação de uma frente ampla de esquerda, que seria o núcleo nas ações para aprovar as mudanças necessárias para o desenvolvimento social do país.
A importância dos comunistas para a criação desta frente foi ressaltada por Rabelo, que falou da preocupação do PT com a criação da Central Classista, que aparece com grande força em momento em que o PT está com uma postura mais ao centro e a CUT está perdendo força. A Central terá um grande papel no novo cenário político que se desenha.
O presidente do PCdoB defendeu ainda a postura do partido diante da conjuntura atual, ressaltando a importância de não fazer o jogo da direita, ao se criticar o governo federal que representa um começo para os planos de mudanças pretendidos pelo partido. “Precisamos abrir caminho para uma transição para o socialismo,” disse.
De Salvador
Eliane Costa