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Equador: pesquisa prevê vitória do País e fiasco da direita

O Movimento País (sigla em espanhol de Pátria Altiva E Soberana), do presidente Rafael Correa, deve obter entre 65 e 72 cadeiras na Assembléia Constituinte que será eleita nesta domingo (30) pelos 9 milhões de eleitores equatorianos. O cálculo é de

''O País ganha com folga em todo o país'', previu Blasco Peñaherrera,

porta-voz do Market, ao comentar os resultados. A pesquisa entrevistou

7 mil eleitores nas 22 províncias do Equador, e tem uma margem de erro

de 3 pontos.


Correa jogou tudo na Constituinte

Rafael Correa jogou tudo na eleição da Constituinte. No encerramento da

campanha, chegou a dizer que renuncia caso o País não vencesse.

Ao eleger Correa presidente, um ano atrás, o País fez um movimento de

risco: não se apresentou para a eleição legislativa, alegando que o

Parlamento estava corrompido e só a Constituinte reabilitaria a vida

política equatoriana.

Manobra arriscada mas exitosa: Correa elegeu-se. Conseguiu fazer vingar

a Constituinte, principal ponto da sua plataforma, apesar do feroz

boicote da direita acantonada no Congresso. E reuniu condições para

vibrar um golpe demolidor nessas forças, na votação deste domingo.

O

puxador de votos do País deve ser o ex-ministro Alberto Acosta, Beto

Acosta, candidato nacional de Correa (o sistema de eleição prevê 100

coinstituintes eleitos pelas províncias, 24 votados nacionalmente e

seis pelos equatorianos na emigração). A direita joga suas últimas esperanças na possibilidade de que, pelo menos, a sigla do presidente não obtenha a maioria absoluta das cadeiras.


Como deve ficar a direita

A mesma pesquisa do Market avalia que a oposição conservadora passará

dos atuais 62 deputados (em um total de 100) para 38 (em um total de

130). A distribuição ficaria assim:

PSP (Partido Sociedade

Patriótica, nacionalista, do presidente deposto Lucio Gutierrez) – 17

constituintes; na eleição parlamentar de outubro do ano passado, ficou

com 23 cadeiras em um total de 100.

Prian (Partido Renovador

Institucional Ação Nacional, da direita tradicional, do bilionário

Álvaro Nóboa, principal concorrente de Correa na eleição do ano

passado) – 12 cadeiras; em 2006 elegeu 27 deputados.

PSC (Partido Social-Cristão, de direita, com reduto em Guaiaquil) – nove cadeiras; em 2006 ficou com 12 parlamentares.

Outras forças se mantêm

Outras organizações políticas equatorianas, não alinhadas com a

direita, manterão seu espaço segundo a pesquisa. A previsão é a

seguinte:

ID (sigla em espanhol da Esquerda Democrática, social-democrata) – oito constituintes, contra dez deputados em 2006.

MPD (Movimento Popular

Democrático, braço elkeitoral do Partido Comunista Marxista-Leninista

do Equador, que apóia Correa) – quatro deputados constituintes, contra

três atualmente.

As outras 12 cadeiras, segundo a pesquisa, ficarão pulverizadas entre partidos menores.

No caminho da Venezuela e Bolívia

O governo de Correa propõe que a Constituinte, encarregada de elaborar

a 20ª Carta constitucional da história do país, dê a ela um sentido

socialista e dissolva o Congresso eleito em 2006. ''Estimamos que o

bloco do Movimento País será amplamente majoritário na Assembléia.

Institutos de pesquisas de diferentes tipos, não necessariamente

contratados pelo governo, nos atribuem entre 66 e 72 lugares'', disse o

ministro do Interior, Gustavo Larrea.

Caso a previsão se verifique, a Constituinte equatoriana estará

seguindo os passos daquelas da Venezuela, em 1990, e da Bolívia, este

ano. Também nos dois outros países andinos o debate e o voto sobre o

pacto constitucional foram demolidores para as legendas conservadoras,

algumas delas com posições de domínio longamente alicerçadas.

Da redação, com agências