Justiça investiga 22 deputados gaúchos

Quarenta por cento dos parlamentares da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul estão sendo processados pela Justiça. Um levantamento do projeto Excelências, realizado pela organização não-governamental Transparência Brasil, revela que, dos 55 depu

A maior parte dos casos está relacionada com a Justiça Eleitoral, como compra de votos; com improbidade administrativa e com irregularidades junto aos Tribunais de Contas, do período em que esses parlamentares ocuparam cargos no Executivo. De acordo com o diretor-executivo do Transparência Brasil, Cláudio Abramo, os números são tão altos que conseguem surpreender mesmo em um país com tantos casos de corrupção.


 


“A gente está vendo que a vida política está sendo muito ocupada por gente que tem problemas. O exercício das funções públicas têm sido, muitas vezes, território para arbitrariedades diversas, incluindo-se assaltos aos cofres públicos. Agora, de fato é espantoso que tenha essa quantidade de pessoas que tenham problema com a Justiça”, diz.


 


Segundo Abramo, a população só pode observar criticamente o trabalho dos políticos se forem disponibilizadas informações sobre eles. Nesse sentido, ele avalia que a mídia cumpre mal o papel de monitoramento do poder público.


 


“Eu acho que os jornais dos estados deveriam prestar atenção nisso sistematicamente. E eles não fazem isso. Os deputados das assembléias legislativas e das câmaras de vereadores precisariam ser sistematicamente monitorados no que diz respeito a esse tipo de coisa. É bastante importante saber com quem a gente está lidando”, afirma.


 


Nesta semana, o deputado Berfran Rosado, relator da CPI dos Pedágios, foi posto sob suspeita. Em gravações, dois conselheiros da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) tentam dissuadir a diretora de qualidade da Agência, Denise Zaions, a não depor na CPI. Além disso, eles sugerem que conseguiriam antecipadamente com Rosado as perguntas que seriam feitas à Denise durante o depoimento dela.


 


Outro recente caso é a fraude dos selos em que haveria o envolvimento de pelo menos três deputados. Dois deles, Kalil Sehbe, do PDT; e Paulo Brum, do PSDB, estão na lista da Transparência Brasil e respondem por outros processos. O terceiro, Edemar Vargas, do PTB, não foi citado pela organização.


Os três parlamentares foram denunciados de envolvimento pelo ex-diretor de Serviços Administrativos da Assembléia Legislativa, Ubirajara Macalão, um dos líderes do esquema. Ele comprava selos irregularmente pela Assembléia e depois revendia, ficando com o dinheiro, que passa de três milhões de reais.


 


 


A lista dos 22 deputados gaúchos que estão sendo processados na Justiça e os motivos podem ser conferidos no endereço http://www.excelencias.org.br/casa.php?pr=1


 


Agência Chasque