Tambaqui da Amazônia entra em defeso para desova
Começa nesta segunda-feira (1º) o período de defeso do tambaqui. Nesse período, fica proibida a pesca do saboroso peixe amazônico de corpo rombudo. A defesa vai até 31 de março de 2008, conforme determinação do Instituto Brasileiro dos Recursos Natura
Publicado 30/09/2007 15:25
''A importância do defeso é a manutenção da espécie. O tambaqui é um
peixe com muita importância comercial, durante muitos anos, foi a
espécie mais explorada no estado'', diz a chefe-substituta do núcleo de
Recursos Pesqueiros do Ibama no Amazonas, Rafaela Vicentini,
referindo-se ao Amazonas. ''Com isso, observou-se uma queda
significativa na quantidade e no tamanho desses tambaquis
desembarcados. Ou seja, estava havendo muita captura, e o peixe não
conseguia se recuperar e se reproduzir o suficiente para suprir aquilo
que estava sendo retirado''.
O defeso do tambaqui, uma norma do Ministério do Meio Ambiente, também
proíbe o transporte, a armazenagem e a comercialização da espécie no
rio Amazonas, abrangendo os estados do Amazonas, Pará e Amapá. Os
infratores estão sujeitos à apreensão do pescado e ao pagamento de
multa que podem chegar a R$ 100 mil pela infração, acrescida de R$ 10
por quilo de pescado ilegal, além de ter que responder a processo
criminal no Ministério Público.
Amazonas estimula pisicultura familiar
Para quem trabalha com o pescado e precisa comercializar a espécie
durante o período do defeso, o Ibama informa que é possíve dar
continuidade ao trabalho, desde que até amanhã sejam entregues as
declarações de estoques para conferência e registro de saldo.
Os peixes criados em cativeiro poderão ser comercializados normalmente,
desde que o criador esteja devidamente registrado no Ibama e os peixes
tenham documentação que comprove sua origem em cativeiro. A pesca
científica também está permitida aos pesquisadores autorizados pelo
órgão ambiental.
O Amazonas passou a estimular a criação em cativeiro da espécie, como
reforço da agricultura familiar, em tanques feitos com material da
região. Em agosto a Secretaria estadual de Produção Rural (Sepror)
distribuiu 30 mil alevinos de tambaqui e 240 mil pós-larvas do pescado
aos produtores do Careiro Castanho, durante a programação da 3ª Feira
Agropecuária do Careiro Castanho (Agropec).
Pesca acabou com tambaquis gigantes
O tambaqui (Colossoma macropomum) é um peixe de escamas com corpo
romboidal, nadadeira curta com raios na extremidade, geralmente de cor
parda na parte superior e preta no inferior do corpo, variando
conforme a cor da água. Já se pescou exemplares com até 95 centímetros
e 45 quilos. Hoje, por causa da sobre-pesca, praticamente não existem
indivíduos desse porte. Para o consumo, são preferidos os espécimes
menores, com 350 a 400 gramas. As receitas variam, sendo popular o
tambaqui em postas, mas também o assado e o espetinho de tambaqui.
Durante a época de cheia o tambaqui entra na mata inundada, onde se
alimenta de frutos ou sementes. Durante a seca, que coincide com o
defeso, os indivíduos jovens ficam nos lagos de várzea onde se
alimentam de zooplâncton e os adultos migram para os rios de águas
barrentas para desovar. Na época de desova não se alimentam, vivendo da
gordura que acumularam durante a cheia.
Da redação, com agências