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Tambaqui da Amazônia entra em defeso para desova

Começa nesta segunda-feira (1º) o período de defeso do tambaqui. Nesse período, fica proibida a pesca do saboroso peixe amazônico de corpo rombudo. A defesa vai até 31 de março de 2008, conforme determinação do Instituto Brasileiro dos Recursos Natura

''A importância do defeso é a manutenção da espécie. O tambaqui é um

peixe com muita importância comercial, durante muitos anos, foi a

espécie mais explorada no estado'', diz  a chefe-substituta do núcleo de

Recursos Pesqueiros do Ibama no Amazonas, Rafaela Vicentini,

referindo-se ao Amazonas. ''Com isso, observou-se uma queda

significativa na quantidade e no tamanho desses tambaquis

desembarcados. Ou seja, estava havendo muita captura, e o peixe não

conseguia se recuperar e se reproduzir o suficiente para suprir aquilo

que estava sendo retirado''.

O defeso do tambaqui, uma norma do Ministério do Meio Ambiente, também

proíbe o transporte, a armazenagem e a comercialização da espécie no

rio Amazonas, abrangendo os estados do Amazonas, Pará e Amapá. Os

infratores estão sujeitos à apreensão do pescado e ao pagamento de

multa que podem chegar a R$ 100 mil pela infração, acrescida de R$ 10

por quilo de pescado ilegal, além de ter que responder a processo

criminal no Ministério Público.

Amazonas estimula pisicultura familiar

Para quem trabalha com o pescado e precisa comercializar a espécie

durante o período do defeso, o Ibama informa que é possíve dar

continuidade ao trabalho, desde que até amanhã sejam entregues as

declarações de estoques para conferência e registro de saldo.

Os peixes criados em cativeiro poderão ser comercializados normalmente,

desde que o criador esteja devidamente registrado no Ibama e os peixes

tenham documentação que comprove sua origem em cativeiro. A pesca

científica também está permitida aos pesquisadores autorizados pelo

órgão ambiental.

O Amazonas passou a estimular a criação em cativeiro da espécie, como

reforço da agricultura familiar, em tanques feitos com material da

região. Em agosto a Secretaria estadual de Produção Rural (Sepror)

distribuiu 30 mil alevinos de tambaqui e 240 mil pós-larvas do pescado

aos produtores do Careiro Castanho, durante a programação da 3ª Feira

Agropecuária do Careiro Castanho (Agropec).


Pesca acabou com tambaquis gigantes

O tambaqui (Colossoma macropomum) é um peixe de escamas com corpo

romboidal, nadadeira curta com raios na extremidade, geralmente de cor

parda na parte superior e preta no  inferior do corpo, variando

conforme a cor da água. Já se pescou exemplares com até 95 centímetros

e 45 quilos. Hoje, por causa da sobre-pesca, praticamente não existem

indivíduos desse porte. Para o consumo, são preferidos os espécimes

menores, com 350 a 400 gramas. As receitas variam, sendo popular o

tambaqui em postas, mas também o assado e o espetinho de tambaqui.

Durante a época de cheia o tambaqui entra na mata inundada, onde se

alimenta de frutos ou sementes. Durante a seca, que coincide com o

defeso, os indivíduos jovens ficam nos lagos de várzea onde se

alimentam de zooplâncton e os adultos migram para os rios de águas

barrentas para desovar. Na época de desova não se alimentam, vivendo da

gordura que acumularam durante a cheia.

Da redação, com agências