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Equador: Vitória de Correa deve alterar economia do país

O presidente do Equador, Rafael Correa, obteve neste domingo (30) sua mais importante vitória desde que assumiu o cargo, em janeiro deste ano. Nas eleições para a Assembléia Constituinte do país, a aliança que apóia o presidente deve ter conquistado 66 da

A Constituinte terá seis meses para redigir a nova Constituição do Equador, que substituirá a de 1998. Depois disso, ela precisará ser aprovada em referendo popular. Nas últimas semanas, Rafael Correa chegou a ameaçar que renunciaria caso a população elegesse “políticos tradicionais” para a maioria na Assembléia.



A nova Constituição deverá gerar uma mudança na estrutura econômica do país, conforme alertou o próprio Banco Central equatoriano em seu site. Durante a campanha presidencial, no ano passado, um dos pontos defendidos por Correa, por exemplo, foi o fim da independência do BC. “A longa noite das políticas neoliberais acabou”, disse o presidente em entrevistas recentes.



Embora o índice de confiança empresarial de agosto tenha crescido, segundo o Banco Central, especialistas apontam que o ambiente de incerteza sobre a economia do país já tem afetado os investimentos. As estimativas iniciais do BC, por exemplo, eram de que o Equador – quinto maior produtor de petróleo da América do Sul – cresceria 4,3% este ano. Em setembro, a autoridade monetária revisou o dado e baixou a expectativa para 3,44%.



Política



Ao mesmo tempo em que defende o fim do favorecimento ao setor bancário, Correa tem pregado que a nova Constituição deverá eliminar o veto à reeleição presidencial – abrindo caminho para que ele próprio se candidate para mais um mandato. O presidente também defende que a Assembléia Constituinte dissolva o Congresso, o que tem rendido fortes críticas da oposição. Para seus adversários, o que o presidente equatoriano quer é apenas acumular poder e seguir o exemplo de seu aliado, o venezuelano Hugo Chávez, transformando o Equador em Estado socialista.



Economista de 44 anos, com doutorado nos EUA, Correa chegou ao poder em janeiro deste ano. Dois meses depois, o país viveu um momento de forte disputa entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário por conta da decisão de marcar pra abril um plebiscito sobre a Constituinte. O referendo indicou que 82% da população apoiava uma nova redação para a Constituição do país. Nos últimos dez anos, três presidentes foram derrubados no Equador.



A experiência mais próxima à do Equador é da Bolívia, onde o líder indígena Evo Morales chegou à Presidência em janeiro de 2006 com a promessa de refundar o país por meio de uma Constituinte – colocada em prática em 6 de agosto do ano passado. Após 13 meses, a Constituinte boliviana não conseguiu concluir a tarefa e foi obrigada a ampliar o prazo para o dia 14 de dezembro deste ano.



Fonte: Valor Econômico