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Cristina, favorita na eleição argentina, almoçou com Lula

A senadora e candidata favorita na eleição presidencial deste mês na Argentina, Cristina Fernández de Kirchner,  desembarcou em Brasília nesta quarta-feira (3), com uma hora de atraso, para um almoço no Palácio da Alvorada presidente Luiz Inácio Lula

A visita a Brasília, de menos de um dia de duração, é a última ao exterior de Cristina Kirchner, após viagens à Espanha, México, Áustria, Alemanha e EUA. Ela repete o gesto de seu marido, o presidente em fim de mandato Néstor Kirchner, durante a campanha presidencial argentina de quatro anos atrás.
Quatro anos de sensível mudança
As circunstâncias porém são bem distintas. Em 2003, a visita ao então recém-empossado presidente Lula representou um importante apoio para Kirchner, na época o pouco conhecido governador de uma remota província do sul, que enfrentava o então favorito Carlos Menem, que já exercera a presidência por dois mandatos. E a Argentina ainda estava no fundo do poço da crise de 2001.
Quatro anos mais tarde, Kirchner goza de índices de popularidade pouco usuais para presidentes argentinos em fim de mandato. A Argentina em 2006 teve 8,5% de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), no terceiro ano de uma recuperação em ritmo chinês.
A eleição presidencial também é outra. Cristina aparececom 47,2% das intenções de voto segundo a consultora Haime e 39,8% conforme a  Poliarquía, tendendo a vencer já no primeiro turno, dia 28. A oposição está atomizada. E seu principal opositor, também uma mulher, é Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, enquanto o ex-ministro da Economia, o candidato conservador que herda os votos de Menem, amarga um precário terceiro lugar.



Reunião com 40% do PIB brasileiro



Cristina chegou a Brasília com mais de uma hora de atraso, acompanhada do chanceler argentino, Jorge Taiana, do ministro da Economia, Miguel Peirano, e do porta-voz da Casa Rosada, Miguel Núñez. Candidata da situação, que aspira suceder seu marido, Néstor Kirchner, ela fez uso do avião presidencial.



Depois do encontro com Lula, a candidata deve dirigir-se à sede do Itamaraty, onde se reunirá com um grupo de empresários que mantêm negócios na Argentina. Entre as empresas que estarão representadas estão a Petrobras, o grupo Camargo Corrêa, o banco Itaú e a cervejaria AmBev. Da reunião empresarial com a comitiva argentina devem participar os ministros brasileiros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.



O Clarín, jornal de maior circulação de Buenos Aires, destacou na edição de hoje que os 10 maiores empresários brasileiros, que somam 40% do PIB do país, escutarão a dissertação de Cristina. “Semelhante movimentação indica que a acolhida não será uma mera formalidade, e por razões óbvias, no Brasil tratam de dizer que a chegada da candidata é só protocolar, mas o governo brasileiro parte de uma convicção: a menos que ocorra algo fora de série, Cristina deverá ser a partir de 10 de dezembro a presidente da Argentina”, diz o Clarín.



O La Nación ressalta que Cristina buscará “algum gesto de apoio para sua campanha”. “Embora vai estar apenas umas horas em Brasília, a visita aponta também a mostrar a intenção da candidata de aprofundar a relação com o sócio maior do Mercosul e transformá-la no eixo central da política exterior de seu eventual governo”, opina o mais tradicional periódico argentino.



Da redação, com agências