Novos rumos para a Cajucultura no Estado

Com o tema “Caju: novos rumos, desafios e oportunidades”, o Caju Nordeste chega à sua 4ª edição, sendo considerado o mais importante seminário temático do Brasil dedicado ao desenvolvimento da cultura do cajueiro no país.

Este ano, o 4º Caju Nordeste acontece no município de Aracati, no período de 25 a 27 de outubro, cumprindo, desse modo, a diretriz estabelecida por seus idealizadores de ser um evento itinerante no território cearense. A solenidade de abertura terá início às 10 horas, no auditório do Colégio Salesianas.


 


 


O cajueiro ocupa um lugar de destaque na economia do Nordeste brasileiro, especialmente no Ceará, tanto no aspecto econômico quanto social, credenciando-o como uma espécie capaz de gerar riquezas e ser importante para fixar o homem no campo. A cultura do caju no Ceará é responsável pela geração de aproximadamente 30 mil empregos diretos e 100 mil empregos indiretos. A capacidade das indústrias instaladas no Estado atinge hoje um volume de processamento da ordem de 280 mil toneladas por ano, com 23 indústrias de beneficiamento, das quais, atualmente, apenas 14 se encontram em funcionamento.


 


 


Em 2006, as exportações cearenses de amêndoas de castanha de caju (ACC) e de Líquido da Castanha de Caju (LCC) contribuíram com uma receita de US$ 140.515 mil FOB, representando 14,7% do total exportado e ocupando assim o segundo lugar na pauta de exportações do Estado.


 


 


Crise


 


Apesar da grande importância do cajueiro para a economia do Ceará e de outros Estados da região Nordeste, o setor vive uma crise que se agrava a cada ano. A ausência de uma política global para a cajucultura torna difícil o enfrentamento de vários desafios, como a falta de integração entre os elos da cadeia produtiva, a baixa produtividade e rentabilidade para os produtores rurais, o desperdício quase total do pedúnculo do caju, a baixa qualidade da matéria-prima fornecida às indústrias, e a falta de atualização das tecnologias usadas nos processos de beneficiamento.


 


 


É com o propósito de debater e buscar encaminhamentos e soluções para essas e outras questões que se realiza, anualmente, o Caju Nordeste. Com base nas propostas apresentadas nesta 4ª edição do evento, será construída a “Agenda do Caju”, contemplando um elenco de temas e de questões que serão objeto de encaminhamentos no Agropacto cearense, no decorrer dos 12 meses que seguem o evento.


 


 


Atividades


 


Diversas atividades serão desenvolvidas durante a programação do evento. Como destaques, podem ser citados a entrega do troféu “Caju de Ouro”, o ciclo de painéis com palestras técnicas, a feira do caju, com encontro de negócios e mostra de produtos, o festival gastronômico da culinária do caju, o lançamento de novos clones de cajueiro pela Embrapa e, ainda, uma série de visitas técnicas às unidades produtivas rurais e agroindustriais.


 


 


BRS 274 – BRS 275 – Clones beneficiam produção da castanha


 


Fortaleza. Os clones de cajueiros que já foram disponibilizados pela Embrapa são todos do tipo cajueiro anão-precoce. O plantio comercial desses clones atende à exploração da castanha como atividade principal e do caju, como fruta de mesa. Agora, a empresa e a Companhia de Óleos do Nordeste (Cione) colocam à disposição dos cajucultores o primeiro clone de cajueiro comum BRS 274 e o clone híbrido de cajueiro-anão precoce e cajueiro comum BRS 275 para o plantio comercial, no Ceará.


 


 


O clone BRS 274 originou-se da seleção fenotípica de uma planta matriz de cajueiro comum em população segregante, na fazenda Uruanã, localizada no município de Beberibe, seguida da clonagem e da avaliação do clone na Fazenda Jacaju, no mesmo município.


 


 


Já o clone BRS 275 teve a sua origem resultante de uma seleção fenotípica individual dentro de progênie de polinização controlada, oriunda do cruzamento entre clone de cajueiro-anão precoce e a planta matriz de cajueiro do tipo comum ou gigante. Após a seleção, foi feita a multiplicação vegetativa da planta para a obtenção do clone. A avaliação foi feita em experimento na Fazenda Jacaju. Segundo o pesquisador da Embrapa, João Paiva, os frutos chegam a pesar 16 gramas, no caso do BRS Jacaju, valor superior ao de 12,5 gramas, do mais recente clone de cajueiro anão-precoce, lançado pela Embrapa em 2005.


 


 


Fonte: Diário do Nordeste