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Orlando Silva: Corinthians/MSI é matéria criminal

Na noite de abertura da 31ª Mostra Internacional de Cinema, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, o ministro dos Esportes, Orlando Silva Jr., falou a Terra Magazine sobre as investigações federais do caso Corinthians/MSI. Para o ministro, o escândalo

A Operação Perestroika, da Polícia Federal, foi revelada por Terra Magazine e pelo colunista da Folha de S. Paulo, Juca Kfouri, em 8 de setembro. Gravações telefônicas da PF apresentaram os bastidores da parceria, com indícios de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, entre outros crimes.



Após a exibição do filme “O Passado”, de Hector Babenco, na noite de 18 de outubro, Orlando Silva avaliou que as denúncias contra a direção corintiana sugerem a busca de outros mecanismos de investimento no futebol brasileiro. E argumentou que a crise não está no âmbito de seu ministério.



“Veja, essa matéria (Corinthians/MSI) não é propriamente esportiva, digamos assim. Essa matéria é criminal, não é? Tanto que houve a investigação feita pela polícia, a instauração de inquérito evidente… O tratamento se dá no âmbito do Ministério Público, da Polícia Federal”.



Silva opina que os investimentos externos em clubes brasileiros são bem-vindos, desde que cumpram a legislação nacional. Mas considera “graves” as denúncias contra o time paulista.



“Isso é muito grave porque o que aconteceu, ao que parece – não tem conclusões feitas -, há a prática de evasão fiscal, uma série de crimes tributários. Espero que seja um fato isolado, que não se reproduza em outros investimentos”.



O ministro arriscou dizer ainda que, em 30 de outubro, deve ser anunciada a Copa de 2014 no Brasil.



“Será. Dia 30 deve ser feito o anúncio, em Zurique. Estaremos lá. O presidente vai estar, vai ser uma grande festa”.



Terra Magazine – Qual a avaliação do senhor das denúncias de lavagem de dinheiro que envolvem a parceria Corinthians/MSI?



Orlando Silva Jr. – Veja, essa matéria não é propriamente esportiva, digamos assim. Essa matéria é criminal, não é? Tanto que houve a investigação feita pela polícia, a instauração de inquérito evidente… Então, essa é uma matéria… O tratamento se dá no âmbito do Ministério Público, da Polícia Federal. A opinião que eu tenho, pessoalmente, é que é preciso encontrar outros mecanismos para fortalecer a economia do futebol no Brasil. Respeitar o torcedor, atraí-los de volta pros estádios, os clubes valorizarem melhor suas marcas, buscar licenciamento de produtos… São os mecanismos que os países da Europa, que têm uma economia de futebol forte, possuem. Então, espero que a gente possa sair dessa.



E o investimento externo no futebol não precisa ser repensado, mais fiscalizado, regulamentado? No caso do Corinthians, resultou nesse escândalo.



Eu não diria isso… Não diria porque o investimento externo no futebol, ou em qualquer outro segmento, ele tem que seguir regras. Tem que ser regulado. Seguindo as regras do país, é um investimento bem-vindo. O que não pode ser feito é qualquer tipo de investimento que não cumpra as regras… enfim, que se configure em delito, né? É o que parece que aconteceu.



Essa prática de lavagem não se limitaria ao Corinthians…



Isso é muito grave porque o que aconteceu, ao que parece — não tem conclusões feitas —, há a prática de evasão fiscal, uma série de crimes tributários. Espero que seja um fato isolado, que não se reproduza em outros investimentos. Você teve várias empresas que tiveram aqui — HMTF (Hicks Muse Tate & Furst), a ISL (International Sporting Licensing) — investiram no futebol e não houve denúncias desse tipo.



Está confirmada a Copa do Mundo no Brasil, em 2014?



Será. Dia 30 deve ser feito o anúncio, em Zurique. Estaremos lá. O presidente vai estar, vai ser uma grande festa.



Fonte: Terra Magazine