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Amazônia exige preservação com desenvolvimento

''A floresta em pé é mais valiosa que a floresta no chão''. Com a frase tantas vezes repetidas pelos ambientalistas, a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) falou, nesta terça-feira (23), no lançamento do 1o Simpósio Nacional Amazônia e Desenvolviment

Para a parlamentar, ''é preciso saber quanto representa em educação, saúde e tecnologia uma árvore em pé''.



''O desenvolvimento para a região tem que ser sustentável, que leve em consideração a conservação ambiental, mas temos que sair do discurso, temos que conhecê-la, saber quais os recursos que temos ali, qual o patrimônio genético, para que possamos, através do conhecimento, produzir produtos com valores agregados para elevar a qualidade de vida do povo da região e da nação'', afirmou



Acompanhando as palavras da coordenadora, os demais parlamentares da Comissão da Amazônia na Câmara enfatizaram a importância do desenvolvimento sustentável para a região. Eduardo Valverde (PT-RO) lembrou que o debate sobre a Amazônia ocorre em todo mundo e que o debate deve ocorrer também entre o governo, o parlamento e a sociedade brasileiros.



Pedido de ajuda



''A Amazônia tornou-se um dos temas mais discutidos na atualidade. A questão ambiental envolvendo essa região estratégica é uma preocupação constante dos governos e da sociedade, no Brasil e no mundo'', destacaram os parlamentares pedindo ajuda da imprensa, presente ao café da manhã de apresentação da programação do evento.



A ajuda da mídia esperada pelos parlamentares vai além da divulgação e cobertura do evento e dos debates. A deputada Dalva Figueredo (PT-AP) destacou que a ajuda da imprensa para a região Amazônica deveria vir na forma de ''acompanhamento, fiscalização e propostas.



Preocupação mundial



O deputado Francisco Rodrigues (DEM-RR) lembrou a visita recente da ex-primeira-dama da França, Daniele Mitterand, à região Amazônia, para enfatizar a preocupação mundial com a floresta.



''A Amazônia ocupa espaço no debate travado internamente e internacionalmente, destacou Grazziotin, como capaz de desempenhar papel importante nas políticas ambientalistas que pode trazer mudanças profundas na terra e na vida da humanidade''.



Ela reconhece que o debate sobre o desenvolvimento da Amazônia não começa do zero, ''muito já se debateu'', afirmou, para  destacar como ponto principal das discussões no simpósio, o Plano de Amazônia Sustentável (PAS), lançado pelo governo Lula. ''Na nossa avaliação, o Plano tem concepção correta acerca do desenvolvimento da Amazônia''.



Etapas estaduais



O simpósio, que terá etapas estaduais, ocorre no período de 19 a 23 de novembro, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O evento aglutinará os resultados das discussões que irão acontecer nos nove estados que compõem a região Amazônica.



Nesta segunda-feira (22), houve a primeira reunião regional preparatória em Cuiabá (MT). Já estão marcados encontros regionais preparatórios no Acre (22), Roraima (26) e Pará (29). Ainda ocorrerão reuniões em Rondônia, Tocantins, Amapá e Maranhão, que irão marcar a data dos encontros.



PAS



O objetivo principal do simpósio é discutir a implantação do Programa da Amazônia Sustentável (PAS) como novo modelo de desenvolvimento para Amazônia. Os textos publicitários do evento distribuídos com a imprensa – folders, livretos, CDs – dão conta de que o novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia brasileira deve ser pautado na viabilização de atividades econômicas dinâmicas e inovadoras, com inserção em mercados regionais, nacionais e internacionais e o uso sustentável dos recursos naturais com a manutenção do equilíbrio ecológico.


 


As medidas do PAS são divididas em cinco pontos. Discutir a situação econômica regional com foco na produção sustentável com inovação e competitividade é a primeira delas. O objetivo é estimular a geração de emprego e renda e o aumento da segurança alimentar.



Outro ponto importante é o debate sobre a gestão ambiental e ordenamento territorial, priorizando a regularização fundiária, a negociação de conflitos socioambientais, a criação e efetiva implantação de áreas indígenas, o aprimoramento do monitoramento e controle ambiental.



O PAS também possui medidas para fortalecer a inclusão social e cidadania com a participação popular na gestão de políticas públicas. A meta é garantir o acesso da população às políticas de educação, saúde, segurança pública, previdência social e ações prioritárias dos problemas urbanos.



Analisar a infra-estrutura para o desenvolvimento regional é outro ponto do Programa. As áreas de transporte, energia e comunicações – segmentos estratégicos para a garantia da integração da Amazônia com o Brasil e o mundo – devem recer atenção especial.



Também será debatido como ação de desenvolvimento da região um novo padrão de financiamento para a Amazônia, voltado para a redução das desigualdades sociais e regionais, a utilização sustentável dos recursos naturais e a incorporação de conhecimento técnico-científicos à produção.



De Brasília
Márcia Xavier