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Chico Lopes: Copa no Brasil mostrará o que temos de melhor

A Copa do Mundo de 2014, no Brasil, será uma oportunidade para mostrar ao mundo o que temos de melhor, aperfeiçoar a infra-estrutura do país, sem descuidar das questões sociais, sempre refletindo sobre os pontos em que precisamos avançar, como nação.

Pergunta –  Que avaliação o senhor faz da escolha, agora oficial, do Brasil como país-sede da Copa de 2014?

Chico Lopes – Vejo com muita alegria essa confirmação do Brasil como país-sede. Além de prestigiar um país em que o povo tem o futebol como mais do que uma paixão, um traço verdadeiro e forte da sua identidade cultural, a decisão prova que se conseguiu contornar o eurocentrismo que marcou, por muito tempo, a administração do futebol mundial. O rodízio de continentes para sediar a Copa do Mundo é muito positivo, com os torneios passando pela Ásia, pela Europa, pela África em 2010 e em 2014 pelo nosso Brasil, como representante da América do Sul.

Pergunta – Sempre que se cogita a realização de um evento da magnitude da Copa do Mundo de Futebol em um país em desenvolvimento, há reações que lançam dúvida sobre a efetiva capacidade do país em atender a todos os requisitos necessários a uma empreitada desse porte. Como o senhor vê esse caso, em relação ao Brasil e à Copa 2014?

Chico Lopes –  Além de uma demonstração de respeito conquistado junto à Fifa, vejo a escolha do Brasil como um reflexo direto do ótimo nível de organização atingido durante os Jogos Pan-Americanos deste ano. Enfrentando resistências que passavam por preconceito, derrotismo e até por interesses políticos, o Brasil mostrou que é plenamente capaz de organizar um evento esportivo de nível internacional. Quero me congratular com o presidente Luís Inácio Lula da Silva e, particularmente, com o ministro dos Esportes, Orlando Silva Jr., nosso camarada de partido, um negro, um jovem, um grande representante de uma nova geração de gestores do Brasil, por contribuir para essa conquista da Copa 2014 em nosso País.

Pergunta –  Outro discurso recorrente é o de que um evento desse porte serviria a exploração política, e que um país com graves problemas sociais ainda por resolver não deveria se atrever a sediar um torneio que captura os olhares do mundo…

Chico Lopes – Realmente, sempre há quem afirme que um país como o nosso, que ainda busca resolver graves problemas sociais, não poderia pleitear um evento internacional de grande porte, como a Copa do Mundo. Não vejo assim, a dialética não pode ser a da separação dessas coisas. As questões sociais podem, devem e estão sendo tratadas pelo governo, com avanços importantes, como há muito não se via em nossa história. E resultados concretos, com uma significativa parcela da população saindo da linha da pobreza, com mais jovens chegando ao ensino universitário, com mais renda, alimentação de melhor qualidade na mesa e perspectivas de vida mais amplas para o trabalhador. A Copa do Mundo será importante para mostrar ao mundo o lado bom do Brasil – nem sempre retratado na grande mídia internacional. E também, por que não, para fazer refletir sobre nossas limitações, sobre o que já conquistamos e os pontos em que ainda previsamos avançar.

Pergunta –  E quanto às acusações de aproveitamento político?

Chico Lopes – , o esporte é democrático. Une ricos e pobes, negros e brancos, no mesmo campo. Pode até haver ingressos de preços diferentes, mas a paixão pelo time de coração é a mesma. Acredito que a Copa do Mundo será uma grande oportunidade para reforçar a infra-estrutura de nosso País e a alegria sincera de nossa população, sem jamais resvalar no aproveitamento político que marcou Mundiais anteriores. Sempre fazendo questão de respeitar a inteligência e a consciência de nosso povo.

Pergunta –  E qual é sua avaliação da possibilidade de Fortaleza estar entre as cidades que receberão partidas do Mundial?

Chico Lopes – Se Fortaleza estiver entre as cidades-sedes, certamente será uma alegria para milhões de cearenses, um povo que adora futebol, uma cidade que tem no Estádio Castelão um palco capaz de receber os jogos da Copa, um Estado que tem no turismo uma de suas vocações mais espontâneas e importantes paranossa gente. Estarei na torcida.

Fonte: www.chicolopes.com.br

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