Líder do PMDB acredita que Renan renovará licença
O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), disse nesta terça-feira (20) que acredita que Renan Calheiros (PMDB-AL) renovará por mais 30 dias sua licença da presidência da Casa. “Se não houver resolução est
Publicado 20/11/2007 17:27
De acordo com Raupp, não há, da parte de Renan, qualquer intenção de reassumir a presidência do Senado antes da votação em plenário do pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética na semana passada. O processo contra o senador trata de denúncias de suposta compra de empresas de comunicação usando “laranjas” e é o segundo a ser aceito pelo Conselho. Renan acusa seu adversário político, João Lyra, de fazer as denúncias por vingança por ter perdido as últimas eleições para governador em Alagoas. Lyra não apresentou nenhuma prova das denúncias até agora.
No pedido de cassação anterior, que tratava das denúncias de que o senador alagoano seria ajudado por um lobista para pagar despesas pessoais, Renan foi absolvido por 40 votos contra, 35 a favor e seis abstenções.
Processo desumano
Ainda nesta terça-feira, Renan Calheiros disse que só decidirá sobre a renovação ou não da licença do posto, que termina no próximo domingo (25), quando tiver certeza do calendário para a votação do processo de cassação, inicialmente marcada para esta quinta-feira (22). “Não dá para tentar compreender o que acontece. Eu não vou decidir nada sem um calendário. Esse é um processo desumano”, afirmou a caminho do plenário.
O senador se negou a comentar a decisão do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que decidiu apresentar apenas na próxima semana o relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o pedido de cassação. “Não quero comentar isso”, disse.
Renan, por diversas vezes, reforçou a surpresa sobre o adiamento da votação do relatório. “Não era no dia 2, véspera de feriado? Tá bem. Tirei 20 dias. Agora, não julga mais? Vou ganhar prazo? Não posso dizer nada. Por que o calendário interessa e depois não interessa mais? Isso é um processo esquizofrênico”, resumiu.
Após uma conversa com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), Renan seguiu para o plenário. O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), acredita que a votação do relatório do Conselho de Ética deve acontecer entre os dias 4 e 5 de dezembro.
Especulações
O futuro do presidente licenciado do Senado é alvo de todo tipo de especulação. Renan, no entanto, mantém o silêncio e confunde até mesmo aliados sobre a decisão que tomará ao longo do final de semana.
“Esta é uma prerrogativa exclusiva dele. Apenas avalio que ele tomará uma decisão: ou renova a licença ou retorna ao posto. Não tenho qualquer informação sobre a escolha dele”, disse a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), apostando que o peemedebista deve renovar a licença.
O governo evita entrar no debate sobre a sucessão de Renan. O líder governista, Romero Jucá, e o líder do PMDB rejeitaram uma batalha regimental com a oposição para acelerar a votação do processo contra o senador, que daria início ao processo sucessório. “Vamos aguardar placidamente a oposição. Eles que se entendam”, disse Jucá.
Da redação,
com agências