Berzoini: denúncia contra Azeredo desautoriza PSDB
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse na sexta-feira (23) em Porto Alegre que a denúncia da Procuradoria Geral da República contra o senador tucano Eduardo Azeredo (MG) tira do PSDB o direito de cobrar ética de seus adversários. “Eu creio q
Publicado 24/11/2007 20:25
“Apenas é necessário registrar que esse fato aconteceu com um importante governador do PSDB, que hoje é senador e já foi presidente do partido”, disse o petista. “Mas não temos ânimo de fazer disso um exercício de oportunismo político, até porque o oportunismo não construiu resultados para os nossos adversários.”
Na quarta-feira, o procurador-geral da república Antonio Fernando Souza denunciou Azeredo e outras 14 pessoas como beneficiárias de um esquema de arrecadação ilegal de recursos nas eleições de 1998, quando o tucano foi derrotado em sua tentativa de reeleição para o governo de Minas. Na denúncia aparece também o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que deixou o cargo na quarta-feira.
Para Berzoini, o discurso da ética na política é importante, “desde que seja sincero e verdadeiro”. Segundo ele, a ética deve significar também fazer o que se fala. “Mas muita gente faz demagogia com isso em função da ausência de outras propostas.”
Berzoini defendeu o ex-ministro dizendo que ele sempre se mostrou leal e correto no governo e que não deve, por isso, ser condenado antes das investigações. “Mas fatos anteriores eu desconheço”, disse o dirigente.
Segundo ele, não há qualquer desconfiança do PT ou do governo em relação a Walfrido. “O PT não tem qualquer tipo de tolerância em relação a procedimentos que eventualmente firam o princípio da probidade administrativa. Mas me recuso a defender a imagem da execução sumária ou da eliminação da possibilidade do direito de defesa”, disse Berzoini.
O petista afirmou que não conhece o teor da denúncia encaminhada pelo procurador-geral ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas afirmou que os fatos reforçam a tese de que é urgente a aprovação da reforma política.
“Ou fazemos a reforma política, e aprovamos financiamento público de campanha com a proibição rigorosa de qualquer tipo de recursos privados, ou esse risco vai continuar rondando a política brasileira, disse.