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Chávez acirra discurso e ameaça embargo de petróleo aos EUA

Ao encerrar nesta sexta-feira (30) a campanha a favor da reforma da Constituição venezuelana, o presidente Hugo Chávez voltou a criticar o imperialismo norte-americano e a “oligarquia criola” de seu país. De forma contundente, reafirmando a todo instante

“Soube que a (emissora) GloboVision planeja divulgar, a partir do meio-dia de domingo, os resultados preliminares da votação”, disse o presidente venezuelano. “Dizem que tem de informar a opinião pública. Se o fizerem, contrariando a lei, serão tirados do ar imediatamente. Estou advertindo-os, não só a GloboVision, mas a qualquer meio de comunicação que contrariar a lei.”


 


Criticando uma suposta imparcialidade de veículos de comunicação estrangeiros, principalmente da CNN (rede de televisão norte-americana), Chávez pediu aos jornalistas que só reproduzam suas palavras se não houver distorções. “Divulguem para que depois não haja surpresa. Se o império norte-americano e a oligarquia venezuelana não reconhecerem a vitória do sim e tentarem desestabilizar a Venezuela – se o governo americano, por meio da CIA, lançar qualquer operação nesse sentido -, não haverá uma só gota de petróleo para os Estados Unidos.”


 


O presidente determinou que o ministro de Minas e Energia revise os contratos já assinados com os Estados Unidos e as datas futuras para entrega do produto. “Se ganha o sim e os 'pityankes' (segundo Cháves, membros da elite a serviço dos interesses norte-americanos) desencadearem a violência alegando que fraudei a votação, no mesmo dia determinaremos o embargo aos Estados Unidos, deixando de lhes enviar petróleo.”


 


Em meio a aplausos, Chávez ainda determinou ao ministério da Defesa a elaboração de um plano de proteção aos campos petrolíferos e às refinarias venezuelanas. De imediato, estabeleceu que, em nome da segurança nacional, o Exército ocupasse essas instalações, protegendo-as desde a noite de sexta (30).


 


Chávez também ameaçou nacionalizar bancos comprados por grupos espanhóis caso o rei Juan Carlos não peça desculpas pelo episódio ocorrido durante a Cúpula Íbero-Americana, quando o presidente venezuelano ouviu um “Por que não te calas?” do rei. “Soube que os espanhóis têm dito para virarmos a página e esquecermos, mas se o rei não pedir desculpas, terei de repensar a relação com a Espanha. Não me custa nada tomar alguns dos bancos adquiridos por eles e nacionalizá-los, colocando-os à serviço do povo.”


 


Chávez disse estar certo de que permanecerá no cargo, segundo ele, de acordo com a vontade da população. “Faço o que o povo me diz. Se me mandarem limpar cocô na Avenida Bolívar (onde ocorreu a concentração) por 20 anos, eu o farei. Agora, se me dizem que eu ficarei no governo até 2050, eu permanecerei. Só reconheço a vontade do meu povo como soberana”.