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Em Bali, Amorim critica lista protecionista da UE e dos EUA

Na abertura de um encontro informal entre ministros de Comércio sobre mudança climática, em Bali, na Indonésia, neste sábado (8), o chanceler Celso Amorim voltou a criticar a exclusão do etanol brasileiro da de redução tarifária apresentada pelos Estados

“Se há uma coisa que é praticamente um consenso é que o etanol e os biocombustíveis em geral melhoram muito a situação em relação à emissão de CO2, sobretudo no caso do etanol brasileiro, em que a relação entre o que ele consome de energia e o que ele produz é de oito para um, enquanto o etanol do milho norte-americano é de 1,5 para um.”


 


Há poucos dias, Amorim chegou a dizer que a exclusão do etanol da lista revelaria as “duas faces dos países ricos.” Ainda neste sábado, em reunião com o presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, o chanceler brasileiro tocou no assunto.


 


Veto aos EUA


 


Sobre a possibilidade de o Brasil usar o seu poder de veto para impedir a aprovação da lista pela OMC – já que na avaliação do governo brasileiro a lista contém produtos “que obviamente são do interesse dos países desenvolvidos” -, Amorim mostrou bom humor.


 


“Essas coisas, eu prefiro agir do que falar. Conhece aquele ditado: 'cão que ladra não morde'? Deixa eu morder na hora certa, se tiver que morder.”


 


O argumento do ministro brasileiro sobre etanol provocou reações muito positivas entre funcionários internacionais.


 


Transferência de tecnologia


 


Amorim também defendeu uma transferência de tecnologias para países em desenvolvimento mais “significativa”. Para ele, é preciso buscar outras formas de se viabilizar a cooperação na área do desenvolvimento tecnológico.


 


O ministro sugeriu a ccoperação fosse feita de maneira semelhante ao que foi acertado internacionalmente pelo acordo TRIPS, que flexibilizou a questão da propriedade intelectual relativa a medicamentos, barateando o custo de fabricação de remédios em países em desenvolvimento.


 


“Acho possível fazer uma analogia entre o que foi feito no acordo para saúde e o meio ambiente. Me parece que esse é um caminho também que os países em desenvolvimento deveriam buscar em matéria de transferência de tecnologia.”


 


A reunião acaba no domingo, e Celso Amorim viaja para o Timor Leste, antes de voltar para Bali para uma participação na reunião da ONU sobre mudança climática.


 


Da redação, com informaçõe do Estadão