Sem categoria

Políticos e religiosos pestram homenagens a dom Aloísio

Cerca de 250 pessoas assinaram o livro de presenças no segundo dia de velório do cardeal dom Aloísio Lorscheider, que acontece em Porto Alegre (RS). O ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo emérito de Aparecida (SP),

O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), foi ao velório ao amanhecer e lembrou da luta de dom Aloísio pela anistia, em 1979, dizendo que “sua voz jamais se calou num período em que o silêncio era garantia de vida”.


 


O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro das Cidades Olívio Dutra esteve na cripta no final da manhã, e destacou “o exemplo de paciência, fé, firmeza e compreensão na vida daqui e de outra dimensão” deixado pelo cardeal. “Ele foi sempre solidário e militante das causas do ser humano e da liberdade”, afirmou.


 


Logo depois, o ministro da Justiça, Tarso Genro, também chegou ao velório. “Vim por afeto e respeito pessoal a d. Aloísio, como cidadão e ministro”, explicou. Segundo Tarso, o cardeal sempre considerava antes os humildes, os pobres, os oprimidos e os excluídos em qualquer atitude que tivesse de tomar e sabia enfrentar os poderosos com doçura franciscana.


 


“Ele foi uma referência na luta pela dignificação política do povo brasileiro, pelo restabelecimento das liberdades democráticas, e sempre enfrentou os autoritários e opressores com calma, tranqüilidade, diálogo e um sorriso nos lábios, mas com muita firmeza”, elogiou o ministro.


 


Durante o dia também estiveram no local os senadores Pedro Simon (PMDB) e Sérgio Zambiasi (PTB). Frades franciscanos, duas irmãs, um cunhado e sobrinhos do cardeal se revezaram na vigília em nome da família. Entre os visitantes estavam religiosos de diversas ordens e leigos ligados às pastorais da Igreja Católica.


 


O corpo do cardeal dom Aloísio Lorscheider é velado nesta segunda-feira (24) na cripta da Catedral Metropolitana de Porto Alegre (RS). Ali, ele deve permanecer até a noite desta terça, quando será transferido para a nave da igreja. Já na noite de quarta-feira, o corpo seguirá para Imigrante (RS), cidade vizinha a Estrela, onde dom Aloísio nasceu, para ser velado por mais uma noite antes de ser enterrado, na quinta-feira. Dom Aloísio morreu na manhã deste domingo em decorrência de falência múltipla de órgãos.


 


Nesta segunda, véspera de Natal, o Papa Bento 16 enviou dois telegramas de pêsames pela morte do cardeal: um para o arcebispo de Porto Alegre, Dadeus Grings, e outra ao Ministro Geral da ordem dos franciscanos menores, à que pertencia o arcebispo. Na mensagem, o Papa destaca a “generosa e constante dedicação” do cardeal brasileiro nos diferentes cargos que assumiu ao longo de sua vida.


 


Velório


 


O corpo do cardeal dom Aloísio Lorscheider é velado nesta segunda-feira na cripta da Catedral Metropolitana de Porto Alegre (RS). Ali, ele deve permanecer até a noite desta terça, quando será transferido para a nave da igreja. Já na noite de quarta-feira, o corpo seguirá para Imigrante (RS), cidade vizinha a Estrela, onde dom Aloísio nasceu, para ser velado por mais uma noite antes de ser enterrado, na quinta-feira. Dom Aloísio morreu na manhã deste domingo em decorrência de falência múltipla de órgãos.


 


Nesta segunda, véspera de Natal, o Papa Bento 16 enviou dois telegramas de pêsames pela morte do cardeal: um para o arcebispo de Porto Alegre, Dadeus Grings, e outra ao Ministro Geral da ordem dos franciscanos menores, à que pertencia o arcebispo. Na mensagem, o Papa destaca a “generosa e constante dedicação” do cardeal brasileiro nos diferentes cargos que assumiu ao longo de sua vida.


 


Arcebispo emérito de Aparecida (SP), dom Aloísio, de 83 anos, estava no hospital São Francisco, em Porto Alegre (RS), onde havia sido internado no início de dezembro devido a uma retenção de líquidos no corpo. No dia 12, sofreu uma convulsão de origem cardíaca e foi transferido para a UTI, onde ficou em coma induzido.


 


Democracia


 


Ativo opositor da tortura durante o regime militar, e um dos religiosos que trabalhou pela redemocratização do país, dom Aloísio foi saudado como “um herói do Brasil” pelo jornal argentino Página 12 em reportagem desta segunda-feira. Sua morte repercutiu também em outros jornais internacionais.


 


No domingo, o governador de São Paulo, José Serra, destacou o papel de resistência do religioso durante a ditadura militar e a democratização. “Quando as circunstâncias eram adversas, Dom Aloísio esteve presente ao debate público. Quando o país se encontrou com a democracia, que ele ajudou a construir, optou pela discrição e pela serena humildade do pastor. Foi um exemplo de fidelidade à Palavra de Deus e de compromisso com a dignidade do homem”, disse em nota.


 


No domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota destacando a “dedicação aos pobres e à justiça social”. A cúpula da CNBB também divulgou nota em que diz que dom Aloísio “tornou-se referência para o episcopado brasileiro pelo testemunho de amor e coragem na defesa dos mais empobrecidos”.


 


Na quarta-feira, dom Aloísio será homenageado com uma missa da família franciscana, à qual pertencia, às 9h30, e outra missa às 18 horas. Logo depois, o corpo irá para um convento franciscano em Daltro Filho, no município de Imigrante (130 km de Porto Alegre), onde será sepultado às 17 horas de quinta. É nesse local que fica o cemitério dos franciscanos.