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Evo desafia golpistas na Bolívia: “Terão de me tirar morto”

O presidente da Bolívia, Evo Morales, advertiu hoje aos conservadores empenhados em derrubá-lo, que terão que tirá-lo morto do governo. “Quero que saibam, em confiança, com responsabilidade e sinceridade: enquanto for presidente constitucional, democratic

“A direita, os conservadores, os serventes do imperialismo norte-americano estão batendo na porta das Forças Armadas”, advertiu Morales, em um discurso que foi transmitido pela estatal Patria Nueva. “Certamente querem nos tirar, assustar, amedrontar””, comentou, agregando que “não temos nenhum medo dos oligarcas, que em tantos anos de governo só fizeram roubar e roubar”.

“Lua Cheia”contra a “Meia Lua”

“Não há nenhuma Meia Lua, o que existe é uma lua cheia. Jamais a Bolívia irá se separar”, disse ainda o presidente, em alusão aos governadores dos quatro departamentos do oriente do país (Santa Cruz, Beni, Tarija e Pando), expoentes da oposição de direita ao seu governo. Uma semana atrás eles proclamaram unilateralmente a “autonomia” dos departamentos, no que é visto como uma medida separatista.

Os quatro governadores se opõem à Constituição votada no dia 9 pela Assembléia Constituinte. Em seu discurso, Evo voltou a desafiá-los a aceitar o veredito de um referendo popular sobre a Constituição, e também a submeter seus mandatos a referendos revogatórios — permitidos pela nova Carta.

“Não há problema se nos equivocamos; submetamo-nos ao referendo revogatório; que o povo diga quem se vai e quem fica”, argumentou. Ägora, alguns governadores não querem o referendo revogatório. Têm medo do povo boliviano”, declarou.

Vice pede diálogo “relaxado

Enquanto Evo Morales endureceu o seu discurso em Potosí, seu vice, Álvaro García Linera, manteve aberta a porta do diálogo com os opositores. “Por três vezes, desde outubro, convocamos ao diálogo. Mas por favor, que haja uma atitude relaxada, não de cofrontação, da parte dos prefeitos (governadores)”, disse Linera em uma coletiva de imprensa em La Paz.

“As portas do Palácio (de Governo) estão abertas, assegurou o vice. E comentou que talvez o “espírito natalino” leve os governadores dos quatro departamentos a abandonar sua atitude “soberba”.

Atentado contra deputado do MAS

A oposição de direita, porém, não dá sinais de querer diálogo. Na sexta-feira (21), Evo fez uma visita de surpresa a Santa Cruz, principal bastião oposicionista. Imediatamente uma brigada de 50 direitistas se dirigiu ao lugar onde ele estava, chamando-o de “'indio de merda”(há um ingrediente racista na ideologia do movimento).

Na madrugada deste sábado, a violência oposicionista passou das palavras aos atos. Às 3 horas, um grupo de jovens ateou fogo à residência do deputado constituinte Carlos Romero, do MAS (Movimento Ao Socialismo, o partido de Evo Morales), na cidade de Santa Cruz, hoje a mais populosa do país. Não havia ninguém na casa, mas os danos materiais foram importantes.

Romero disse que os agressores estavam em vários carros. E responsabilizou pelo atentado membros do Comitê Cívico e da União Juvenil de Santa Cruz, duas organizações da direita cruzenha. O deputado é particularmente odiado pela oposição, por ter sido eleito em Santa Cruz, teoricamente um bastião anti-Evo.

Da redação, com agências