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Sucesso econômico chinês começa com Mao, diz 'The  Economist'

A revista britânica The Economist, em sua edição do dia 22 de dezembro, traz na matéria de capa uma tentativa de explicação para o sucesso econômico da China. Segundo a conservadora publicação inglesa, o ex-líder chinês Mao Tsé Tung ''dirigiu um

Para a revista, que quer apontar com a matéria principal um livro capaz de definir o sucesso e a excelência de um empreendimento, o clássico de Alfred Sloan: Meus anos na General Motors, publicado em 1963, quando a GM era um ícone para os executivos, perdeu lugar para o Pequeno Livro Vermelho de Mao.


 


A obra, segundo a Economist, contém os discursos do líder empacotados junto com vários conselhos úteis para treinamento, motivação, avaliação para funcionários preguiçosos, inovação, competição e, é claro, ampliando as expectativas para aqueles gerentes mais complacentes, o que ficou conhecido como as famosas ''críticas e autocríticas'' do regime comunista.


 


Mao, diz a revista-ícone do capitalismo mundial, ''ainda é um simbolo para a economia chinesa, ainda que se pensasse, inicialmente, que a morte seria suficiente para retirar suas mãos sufocantes dos pescoços chineses. Ao contrário disso, seu retrato está impresso no dinheiro chinês, em bolsas, sacolas, camisetas, broches, relógios e em qualquer outra coisa que os empresários capitalistas podem colocar as mãos e vender aos milhões. nenhum outro líder contemporâneo foi tão memorável''.


 


Líder inesquecível


 


O líder chinês, no entanto, não foi apenas um exemplo para os gerentes ou um ser onipresente para os trabalhadores. ''Ele convenceu os seus concidadãos de seu valor. Isso se deveu, em parte, porque mesmo sua mensagem não tendo nada a ver com suas ações, esta expressava precisamente, e de forma sucinta, o que cada um deveria fazer''. Em se considerando a sua verdade e o seu objetivo como o de 'servir ao povo', o Livro Vermelho de Mao tem a missão da companhia, editado com uma série de palavas e pensamentos que, desde o peão de obra até o presidente da empresa podem mais do que simplesmente ler, mas memorizar.


 


Mesmo o slogan de Deng Xiaoping, usado em sua memorável campanha pelo ressurgimento da economia chinesa, teve a mesma virtude da obra de Mao, ''mas não é possível encontrá-lo gravado em nenhum muro daquele país, por se tratar de apenas mais uma versão do pensamento maoísta. ''Mao sabia não apenas como colocar um ponto, mas também como tirá-lo'', diz a publicação. Em cartazes, no Pequeno Livro Vermelho e nos círculos de reeducação, a sua mensagem era constantemente reforçada. “Onde a vassoura não consegue alcançar”, ele disse, “o pó não desaparecerá por si mesmo”.


 


Este processo de auto-elogio muitas vezes é compreendido como “um culto de personalidade”, mas difícil de se distinguir da prática moderna de negócios de construir o valor de uma marca.


 


Ainda sobre o crescimento econômico chinês, diz a revista este ''foi patético e as condições de vida foram tristes''. Então, por que uma vasta lista de líderes políticos, militares e acadêmicos ocidentais aceitam os valores de Mao? Mesmo (o premiê da URSS) Stalin protegeu Mao.


 


A lição a qual podemos depreender é que uma mensagem clara, utópica, martelada implacavelmente no dia-a-dia, pode obscurecer até os fatos mais inconvenientes. Os grandes vendedores nascem conhecendo isto. Os executivos cujas estratégias não dão certo, precisam lê-lo'', afirma a revista.