Tobias Marques Sampaio – Ronda do Quarteirão

Se o Ronda vingar e florescer ganha o contribuinte com o retorno de seu sacrifício.

Está iniciando em Fortaleza e Região Metropolitana uma nova modalidade de policiamento ostensivo que tem dado o que falar nas esquinas, nos bares, nos restaurantes e no trabalho. Nos lares também é comentado e com euforia.


 


Uma promessa de campanha do atual governador vai aos poucos se consolidando e a expectativa é de que seja um atenuante a mais, capaz de combater a violência, evitando crimes e protegendo a população de horrores vividos nas mãos de delinqüentes sem escrúpulos.


 


Ainda é muito cedo para se contar vitórias, mas algumas ocorrências têm sido de glória, sendo a vítima livre, de imediato, de um constrangimento maior, diante de um bandido, com a sede de ganhar fácil alguns trocados do trabalhador sacrificado e pronto para qualquer parada. Como ele mesmo se auto-define diante de seus comparsas.


 


Sabemos que eles, os bandidos, têm a capacidade e o tempo livre para agendar sua melhor estratégia e levar vantagem sobre quem eles se propõem a assaltar, furtar, roubar e até matar por migalhas, sempre atacando com surpresa. Não passa de um ato covarde e característico desse tipo de gente. Para eles a vida não vale nada, menos do que uma bala do seu revolver, companheiro de suas investidas.


 


O “Ronda do Quarteirão”, nome apropriado para esse tipo de policiamento, a princípio parece caro, pelos veículos usados, pelo contingente disponibilizado, pelo combustível gasto, mas o fato de envolver vidas que são sacrificadas impunemente devemos prever um saldo positivo no final das contas. Cada vida salva é uma vitória deste novo empreendimento policial. Disto não devemos ter nenhuma dúvida.


 


É sabido que nunca como o dono para tomar conta de seu bem patrimonial. As viaturas sofrerão um desgaste inusitado, porém uma boa orientação pode minimizar isto, mesmo sabendo que existem muitos buracos e lama, principalmente se levar em conta que a periferia mais distante, é um verdadeiro caos de desigualdade, no que concerne à moradia e é por lá que tudo começa.


 


A Região Metropolitana é grande e complexa e se for feita uma espécie de catalogação das ocorrências e de onde sai o meliante para fazer suas vítimas pode ser que reduzirá, sistematicamente essa desenfreada onda de violência em todo perímetro urbano.


 


O povo deve colaborar para que a união faça a força e podermos viver mais tranqüilos num futuro não muito distante.


 


 


Tobias Marques Sampaio é escritor e poeta



Fonte: www.bairroellery.com.br