Camocim terá novo terminal pesqueiro

As obras do novo terminal pesqueiro deverão começar até fevereiro próximo e ser concluídas em 12 meses.

Maior região pesqueira do Estado, com produção média da ordem de 3,5 mil toneladas, o equivalente a 20% das 18 mil toneladas de peixes capturados anualmente, no Ceará, Camocim alça a âncora e imprime ritmo novo à atividade, até então baseada na pesca artesanal. Na próxima segunda feira, 21, às 10 horas, o ministro da Pesca e da Aquicultura, Altemir Gregolin, e o vice-governador Francisco Pinheiro assinam no município, ordem de serviço para construção Terminal Pesqueiro Público de Camocim.


 


A obra, no valor de R$ 8,5 milhões, financiados pela Secretaria da Pesca, será construída empresa Multisul Construções, e deverá ser iniciada até fevereiro e concluída em 12 meses. ´Esse terminal representará o início de um novo momento do setor pesqueiro no Estado´, sinaliza o superintendente da Secretaria de Aquicultura e Pesca (Seap-CE), Melquíades Ribeiro Carneiro.


 


Instalado em área de seis mil metros quadrados, o terminal contará com infra-estrutura completa de recepção, armazenamento, beneficiamento e comercialização do pescado. Para tanto irá dispor de cais de atracação, unidades de recepção, classificação e inspeção de pescado , salão de comercialização e de áreas de processamento, apoio e administração.


 


´Esse cais vai permitir a atracação de barcos de maior porte, o que deverá dar nova dinâmica à pesca no Estado´, aguarda Carneiro. Segundo anuncia Altemir Gregolin, o conjunto do novo terminal será dividido em unidades. Uma de acostagem das embarcações; incluindo cais, trapiches, píeres e pontes, e uma de desembarque, com subunidades de recepção, lavagem, classificação e pesagem de pescados e uma de conservação de pescado.


 


Para tanto disporá de uma fábrica de gelo com capacidade de produção de 20 toneladas por dia, silo de gelo de 80 toneladas de capacidade em reservatório de água e sistemas de captação e tratamento de efluentes, de iluminação e de energia elétrica.


 


Comercialização


Para dinamizar a comercialização e atrair novos investimentos no setor na Região, aponta o ministro, o terminal irá oferecer total infra-estrutura aos pescadores e armadores. O projeto prevê, portanto, a instalação de uma sala de situação da comercialização no atacado (interligada ao sistema de pesagem e preço de primeira comercialização) e um salão de comercialização com sistema de divulgação em tempo real.


 


De acordo ainda com a Seap, a previsão inicial é de que o terminal movimente 35 toneladas de peixe por dia, atendendo embarcações da pesca industrial e artesanal e permitindo o envio de peixe a empresas de beneficiamento e até mesmo o transporte direto, para os mercados consumidores dentro e fora do Estado do Ceará.


 


Atividade artesanal prevalece em 80% do litoral


Baseado 80% na pesca artesanal, ainda desenvolvida praticamente com barcos à vela, o setor pesqueiro cearense tende a dar um passo importante, com a construção do termimal pesqueiro de Camocim. Mas para tanto, ainda precisará investir mais em tecnologia, em novas e maiores embarcações e na qualificação da mão-de-obra. A avaliação é do pescador, administrador de empresas e atual superintendente da Seap, no Ceará, Melquíades Ribeiro Carneiro. Para ele, o novo cais abre o caminho para a atração de novos investimentos públicos e privados — do governo e de armadores — para a construção de novos e maiores barcos de ferro, o que viriam a viabilizar a pesca oceânica — em águas profundas. ´A pesca no Ceará ainda é muito incipiente e só ocorre em águas rasas, porque é feita em barcos à vela, que limitam a produção´, lamenta o técnico.


 


Conforme disse, o litoral do Estado é rico em peixes nobres, como a arabaiana, sirigado ou badejo, cavala, bejupirá e os vermelhos — pargo, cióba e guaiúba; enquanto o Sudeste e o Sul, produzem tainha e sardinha — peixes de menor qualidade — e anchovas.


 


´Com barcos maiores, de ferro, poderíamos pescar atum, marlim e dourados, que também são peixes nobres da nossa costa, mas que só se encontram em águas profundas, em áreas distantes da costa´, explica o pescador.


 


 


Fonte:DN