Chapa ligada à CTB vence eleição no Sindicato dos Correios de SP
A CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) obteve uma importante vitória no estado de São Paulo, no último dia 17: venceu a disputa pela direção do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios de SP (Sintect-SP). A entidade, que é 
Publicado 21/01/2008 19:04 | Editado 04/03/2020 17:19
O processo eleitoral foi conturbado pela ação do Conlutas, corrente sindical ligada ao PSTU, que foi à justiça para invalidar o resultado da eleição anterior, realizada em 2007. Assim, o novo processo foi comandado por uma junta governativa.
Participaram da votação 5941 trabalhadores – o sindicato tem 8532 sócios com direito o voto -, que deram a vitória à chapa 3 – ''Responsabilidade e Conquistas'', liderada por trabalhadores ligados à CTB, com 1799 sufrágios. Em segundo lugar ficou a chapa do Conlutas, com 1409, e em terceiro a da UGT, com 860 votos.
Manoel de Lima Feitosa, coordenador da Chapa ligada à CTB e diretor da FETECT, falou ao Vermelho-SP sobre as eleições.
Vermelho-SP: O processo eleitoral foi bastante complicado, inclusive com intervenção judicial. Como aconteceu?
Manoel: O processo vem conturbado desde a eleição 2003, quando houve um racha na diretoria. O estatuto era proporcional e o PSTU mudou para majoritário, na expectativa de dirigir sozinho o sindicato após a eleição, em 2004. Acontece que nós ganhamos, em aliança com a Articulação Sindical. Desde este período há um processo de desgaste.
Vermelho-SP: Qual foi o fator determinante para a vitória?
Manoel: A política coerente da Corrente Sindical Classista e o esforço de cada membro da chapa, que esteve presente nas greves e em todos os setores de trabalho da categoria. A determinação de cada membro fez com que chegássemos à vitória.
Vermelho-SP: O sindicato vai se filiar à CTB?
Manoel: O nosso objetivo é fazer um debate ou plebiscito para perguntar aos trabalhadores a qual central eles querem ficar ligados. vamos agir de acordo com o estatuto.
Vermelho-SP: Qual foi o principal tema de debate na campanha?
Manoel: As conquistas que tivemos a frente do sindicato nos últimos acordos coletivos e nas últimas três greves vitoriosas. A categoria dos Correios fechou os melhores acordos coletivos nos últimos anos, isso conta muito e o trabalhador reconhece. Outro tema foi o adicional de risco para os carteiros, que recentemente conseguimos fazer o ministro Hélio Costa assinar. Conseguimos amarrar nesse mesmo acordo a implementação do Plano de Cargos de Carreiras e Salários (PCCF). Até fevereiro a empresa tem que apresentar uma proposta e os trabalhadores irão decidir em assembléia se aceitam ou não.
Vermelho-SP: Quais as lutas e bandeiras do próximo período?
Manoel: Uma delas é contra as terceirizações, que pega muito nos Correios. Ocorre também a falta de mão de obra. Temos 112 mil trabalhadores no Brasil, mas que são insificientes para a carga de trabalho. Temos quase dez mil trabalhadores afastados por problemas médicos.
Outra discussão primordial é reestruturação dos Correios – que, inclusive, a ministra Dilma sinalizou que o governo cogita vender parte das ações da empresa, e nós temos posição contrária. Se a reestruturação vier para tirar direitos dos trabalhadores, vamos nos opor. Se for favorável aos trabalhadores, evidentemente seremos a favor.
De São Paulo,
Fernando Borgonovi