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Cruz Vermelha reconhece conflito armado na Colômbia

Yves Heller, porta-voz da Cruz Vermelha Internacional (CICR) na Colômbia, sustenta que nesse país existe uma guerra e as duas partes devem respeitar os princípios de direito humanitária. “Aqui, o Estado está se enfrentando com grupos armados organizados q

Essa posição expressada pela Cruz Vermelha implicaria no reconhecimento da beligerância das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) no conflito interno colombiano. Assim informou o jornal argentino Página 12, que publicou uma matéria na qual o portavoz também se ofereceu às Farc para visitar seus acampamentos para verificar o estado de saúde dos reféns.



De acordo com o jornal Página 12, Heller fez estas declarações sobre “os propósitos e as missões que se apresentam em meio a guerra que se vive em campos e cidades colombianos, sobre a existência de um conflito interno no país – ainda que o presidente Álvaro Uribe não o reconheça – e das regras de jogo em conflito, sejam ou não das organizações armadas declaradas terroristas”.



O jornal argentino destaca também que, para o porta-voz da Cruz Vemelha, o dia da libertação de Clara Rojas e Consuelo Gonzáles de Perdomo “é uma mostra a mais de que na Colômbia se existe um conflito armado interno, diferente do que o presidente (Álvaro) Uribe tem dito reiteradas vezes, colocando a situação do país de ‘ameaça terrorista’ e os guerrilheiros como ‘terroristas numa democracia’ em vez de ‘insurgentes contra uma ditadura’ ”



O porta-voz acrescentou; “Não é porque existem uns grupos armados organizados que estão cometendo atos que se chamam terroristas que não existe uma aplicação do Direito Internacional Humanitário (DIH). O Estado e os grupos armados como as Farc e o ELN têm a obrigação de respeitar o DIH”.



“Hoje, por exemplo, existe, mais ou menos duas mil pessoas que estão sendo deslocadas em Arauca (ao norte, no limite com a Venezuela), por conta dos efeitos do conflito. Isso mostra que há uma situação grave:  o conflito provocou entre dois e três milhões de pessoas que tiveram que sair de suas casas, milhares de pessoas desaparecidas, centenas de reféns”, relatou Heller.



Fonte: ABN