Exposição fotográfica no Rio lembra vítimas do Holocausto

Cinqüenta fotografias mostrando desde a subida do ditador nazista Adolf Hitler ao poder na Alemanha até a devastação dos campos de concentração foram apresentadas no dia 25 ao público, na abertura da exposição Holocausto Nunca Mais, no Palácio Itamarat

As imagens, algumas inéditas, estão acompanhadas de textos e comentários sobre um dos maiores genocídios da história: o Holocausto, que exterminou milhões de judeus e outros grupos indesejados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra, como ciganos, eslavos, comunistas e homossexuais.



A abertura da exposição integra a programação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. O dia 27 de janeiro foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005, para lembrar a data de libertação, pelo Exército Vermelho, dos prisioneiros do campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, em 1945. Como neste ano a data cai num domingo, a programação foi antecipada no Brasil.



Para lembrar a data, foi realizada no Rio uma cerimônia que reuniu o presidente Luís Inácio Lula da Silva, o governador do Rio, Sérgio Cabral, membros da comunidade judaica, parentes de vítimas do holocausto e ex-combatentes brasileiros na Segunda Guerra Mundial.



Enquanto um telão passava imagens de prisioneiros em campos de concentração, o checo Alfredo Sobokta, de 80 anos, recordava o passado. Aos 15 anos, ele foi levado com os pais e o irmão de 11 anos para um gueto e depois para os campos de concentração Auschwitz-Birkenau e Gleiwitz 3.



Hoje, casado, com três filhos e seis netos, Sobotka ainda traz, marcado no pulso, o número de inscrição colocado pelos nazistas. O pai foi morto na câmara de gás por recusar a se separar do irmão mais novo. Além dele, a mãe foi a única da família que sobreviveu.



''No dia em que o Exército russo libertou o campo, eu já estava muito fraco. Outras pessoas já tinham sido levadas do campo pelos alemães, mas eu estava tão fraco que não conseguia nem mais ficar em pé. Quando ouvi um barulho, me escondi debaixo da cama. De repente, ficou um silêncio e entrou o Exército russo. E aí acabou'', contou Sobotka, emocionado.