Artigo – O Governo da Ficção

A palavra ficção é o termo usado para descrever obras criadas a partir da imaginação. A ficção embora tenha ligação com o mundo real, sua essência é tomada pelo imaginário. Porém, convém dizer que é um tanto difícil estabelecer limites so

A ficção pode ser encontrada em vários segmentos, seja ela na dramaturgia, no cinema, nas obras literárias. Já na política, ela vem se destacando como um instrumento fenomenal para maquiar e fantasiar governos nada eficientes. Os políticos tradicionais, aliados de primeira hora de grande parte da “imprensa”, se utilizam destes meios para impor no imaginário popular, grandes governos, com grandes obras e vultuosos investimentos.


 


Em Chapecó, não poderia ser diferente. Nas eleições de 2004 surge um personagem, criado pela imprensa (ou parte dela), para ser o salvador da pátria. Até ai tudo muito natural, ou seja, historicamente a imprensa tem criado e mantido suas figuras lendárias da política nacional.


 


Voltando ao tema principal, ficção, posso afirmar que jamais presencie a utilização desta técnica com tanta veemência como tem feito o governo do atual prefeito João Rodrigues. Alguém que foi eleito para salvar a cidade do “caos”, como eles afirmavam, tornou-se um Spielberg da ficção política. O que temos presenciado é um governo de muito barulho e pouca eficiência.


 


A população continua comendo pó, ao tempo que o prefeito afirma ser o senhor “tapete preto”. Na saúde, basta o secretário ir para a rádio que a população bombardeia com perguntas e afirmações que contrariam os números e feitos desta secretaria. O tal dos milhões do Fomplata se tornou um grande “Parque dos Dinossauros”, embora as pessoas não duvidem da sua existência, na realidade eu nunca vi um.


 


Chapecó não é uma obra de ficção senhor prefeito. A cidade do “caos” vive momento de “barbárie”. Os “Rambos” são heróis só no cinema, na vida real o povo precisa muito mais que propaganda. O marketing utilizado no programa “Tolerância Zero”, filhote do prefeito João Rodrigues, demonstrou a falta de capacidade política para conter os crescentes índices de violência que assolam o município. Chega de pseudos heróis, a população precisa de políticas públicas eficientes, pois pagamos por elas.


 


Enquanto aceitarmos que milhões de reais dos cofres públicos continuem sendo usados em campanhas publicitárias, como as que estão sendo veiculadas sobre o governo João Rodrigues, ou como queiram, da “cidade maravilhosa” que tentam pintar, continuará faltando recursos para a saúde, segurança, infra-estrutura, educação. Um bom governo não precisa de propaganda, pois ações eficientes falam por si só.


 


Jeferson Jonas Ávila


Jornalista / Chapecó-SC