Ceará é o que mais emprega portadores de deficiência

O Brasil bateu recorde no número de deficientes inseridos no mercado de trabalho em 2007, com a contratação de 22.314 profissionais. O Ceará foi o quarto colocado do País e o ocupa o primeiro lugar no Nordeste com 1.543 trabalhadores empregados no ano pas

O Ceará foi o estado do Nordeste que mais empregou deficientes físicos em 2007. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados ontem, 1.543 pessoas passaram a trabalhar com carteira assinada no Estado, superando em 706 vagas a Bahia, segundo colocado no ranking do Nordeste. Na Região, o número de trabalhadores deficientes que conseguiram emprego formal foi 4.704, e 22.314 em todo Brasil, resultado recorde que representa aumento de 12% em relação a 2006.


 


 


''Isso é resultado do trabalho que estamos realizando no Ceará desde 1992 porque enquanto os outros estados ainda estão aprimorando as parcerias com as empresas, nós já estamos ampliando a participação dos deficientes no mercado de trabalho'', afirma o coordenador da Intermediação de Trabalhadores do Sine/IDT, Antenor Tenório. De acordo com ele, até 2000 foi um ''trabalho de formiguinha'', mas com a maior fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) as empresas cearenses passaram a procurar o órgão para atender as cotas exigidas pela Lei 8.213/91.


 


 


O presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Ceará (ADFC), David Farias, afirma que os dados do Ministério realmente refletem a boa oferta de emprego no mercado cearense. ''Está bom sim porque as empresas têm procurando cumprir as cotas e estão bem mais conscientes. Entidades como a Câmara de Dirigentes Lojistas, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e a Delegacia Regional do Trabalho têm ajudado bastante as instituições que encaminham trabalhadores deficientes'', acrescenta.


 


 


Farias conta que a maioria das vagas que abrem são para auxiliar geral, operador de telemarketing, auxiliar de escritório e vendedor. No entanto, apesar dos bons resultados registrados no ano passado, ele diz que a falta de qualificação dos trabalhadores ainda é um problema grave. ''Às vezes as empresas não preenchem as vagas para deficientes porque exigem muito e não tem gente qualificada. Além disso, ainda tem o caso das pessoas que não querem trabalhar porque recebem benefício do Governo. Em Cascavel, por exemplo, as vagas estão sobrando''.


 


 


Para o coordenador do Sine/IDT as empresas precisam flexibilizar mais o perfil exigido para dar mais oportunidades. ''Se a qualificação é um problema para todos, imagine para os deficientes. A sociedade ainda desconhece o potencial deles, que colaboram de uma maneira incrível no que diz respeito ao desempenho, à produtividade, à humanização das relações no ambiente de trabalho, além de haver um ganho na imagem da empresa por causa do investimento no capital humano'', conclui Antenor Tenório.


 


 



Lei de Cotas





A Lei 8.213/91 estabelece que as empresas que têm entre cem e 200 empregados devem reservar uma cota de pelo menos 2% da quantidade de vagas para profissionais deficientes. Para empresas com até 500 funcionários, a cota sobe para 3%; com até mil, 4%; acima de mil, a cota estipulada pela lei é de 5%. As empresas que não cumprem a lei podem pagar multas que variam de R$ 1.195,13 a R$ 119.512.33. A multa é prevista no art. 133 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, calculada segundo os critérios definidos na Portaria nº 1.199, de 28 de outubro de 2003. A fiscalização é realizada nas empresas com cem ou mais empregados e pode ser oriunda de denúncia do trabalhador ou do sindicato, mediante solicitação do Ministério Público do Trabalho ou da execução do planejamento da chefia.


 


 


– O Sudeste lidera o ranking de contratações (12.132), seguida pelo Nordeste (4.704) pela Região Sul (2.100). Em quarto lugar, está o Norte (2.036) e por último o Centro-oeste (1.342).


 


 


– Em outubro de 2007, o governo lançou um plano social para beneficiar deficientes, com investimento de R$ 2,4 bilhões até 2010. Serão ampliados os programas voltados para educação, saúde, habitação, transporte acessível e inserção de deficientes no mercado de trabalho.


 


 



Vagas disponíveis para deficientes no Sine/IDT


 


Analista de sistema de informática 1
Assistente administrativo 1
Auxiliar administrativo de pessoal 1
Auxiliar de linha de produção 80
Auxiliar de pessoal 1
Cobrador viajante 1
Empacotador 3
Operador de telemarketing ativo 8
Recepcionista 3
Secretário administrativo 1
Servente de obras 3
Técnico de laboratório de análises clínicas 1
Zelador 3



Inserção por Estado da Federação (UF) – 2007


UF


AC 78
AL 10
AM 1.436
AP 49
BA 837
CE 1.543
DF 878
ES 279
GO 173
MA 469
MG 1.874
MS 160
MT 131
PA 235
PB 201
PE 726
PI 250
PR 475
RJ 744
RN 612
RO 194
RR 21
RS 1.623
SC 2
SE 56
SP 9.235
TO 23
TOTAL 22.314



NE


AL 10
BA 837
CE 1.543
MA 469
PB 201
PE 726
PI 250
RN 612
SE 56
TOTAL 4.704



Nº de deficientes inseridos pelo SINE/IDT no Ceará:


1991 30
1992 51
1993 48
1994 53
1995 71
1996 104
1997 108
1998 100
1999 134
2000 830
2001 1.181
2002 1.145
2003 971
2004 1.491
2005 1.377
2006 1.625
2007 1.567
Total 10.886



SERVIÇO


Sine/IDT – Unidade de atendimento aos portadores de deficiência: Rua Assunção, 699 – Centro. Tel.: 3101.2777.


Associação dos Deficientes Físicos do Ceará (ADFC): Rua Alcides Santos, 51 – Parangaba. Horário de atendimento: 8h às 17h. Tel.: 3232.7873 e 3091.1014.


 


Fonte: Jornal O Povo