PMDB rejeita indicação da oposição de Jarbas para CPI dos Cartões
O PMDB não está disposto a ceder a presidência da CPI mista (com deputados e senadores) dos Cartões Corporativos à oposição, especialmente depois do DEM e PSDB terem lançado informalmente o nome do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) para o cargo. O l
Publicado 26/02/2008 19:24
“A oposição não tinha nada que propor o nome do Jarbas. O PMDB já tinha um nome convidado, que aceitou a presidência. Isso piorou as negociações”, afirmou Raupp.
O peemedebista admitiu, porém, que o partido poderá abrir mão do cargo caso haja pressão do governo para um entendimento com a oposição. “Nada é impossível, mas eu não tenho como desconvidar o Neuto. Em 24 horas, muita coisa pode mudar, vamos aguardar”, disse.
Raupp chegou a trocar farpas com o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), durante reunião de líderes partidários realizada nesta terça-feira. O peemedebista criticou a manobra da oposição em indicar Jarbas, uma vez que o senador é considerado “oposicionista raivoso” na Casa Legislativa.
“O clima não está bom para o entendimento. Tem muita pressão, chantagem e atrito. O Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, não poderia indicar um senador do PMDB para um cargo na CPI”, protestou a líder do PT, Ideli Salvatti (SC).
Negociação
Conto afirmou que, se for o desejo do partido, abrirá mão do cargo para a oposição. O senador afirmou, porém, que ainda não foi procurado pela bancada pra negociar a presidência da CPI. “Ninguém falou comigo até agora. Na bancada do PMDB, eu sou o candidato. Mas não serei empecilho se o processo vier de fora do PMDB”, afirmou.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), vem tentando sensibilizar a bancada do partido para abrir mão da presidência da comissão mista. Jucá teme que as relações com DEM e PSDB fiquem deterioradas no Senado caso não haja acordo sobre a CPI.
O Palácio do Planalto, no entanto, orientou os líderes governistas a não negociarem os cargos de comando da CPI mista –o que forçou Jucá a pedir mais 24 horas para tentar solucionar o impasse até amanhã.
Se não houver acordo com a oposição, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que fará a leitura do requerimento da CPI dos cartões apenas no Senado nesta quarta-feira. DEM e PSDB argumentam que, na comissão do Senado, terão número suficiente de parlamentares para garantir um dos cargos de comando da comissão, ao contrário do que ocorre na CPI mista.
Conto criticou a estratégia de pressão dos partidos de oposição, pois argumenta que o regimento do Senado garante à legenda com a maior bancada na Casa a presidência da CPI. “Eu acho que o regimento não estabelece isso. Se surgir um acordo, será fora das normas da Casa”, afirmou.
Fontana: direito regimental
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), insistiu na posição de manter a presidência e a relatoria da Comissão com o PMDB e o PT. Fontana argumentou que o regimento define o direito de os maiores partidos da Câmara e do Senado ocuparem esses cargos, o que é uma tradição no Congresso.
Ele afirmou que, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando o PT fazia oposição, as funções sempre ficaram com as legendas governistas. Fontana minimizou o fato de Romero Jucá ter uma posição diferente e defender a entrega de uma das vagas à oposição.
Segundo o líder do governo na Câmara, ao fim, a administração federal terá uma única posição. “Por enquanto, no entanto, é normal essa discordância”, disse. “Temos opiniões diferentes sobre esse assunto. Se abrirmos mão disso (os cargos) poderá significar uma quebra de preceito regimental”, disse.
Fontana criticou a possibilidade de duas CPIs, uma mista e a outra apenas no Senado, como propôs a oposição, para analisar a mesma matéria. “Acho um erro fazer duas CPIs sobre o mesmo assunto. Ficaria risível. Imagina o depoente ir um dia numa CPI e no dia seguinte prestar depoimento em outra. Será como uma novela. Cada capítulo passa duas vezes”, disse.
Da redação,
com agências