Impasse mantém greve na construção civil em Salvador
Em greve desde o dia 25 de fevereiro, os trabalhadores da construção civil em Salvador decidiram em assembléia, na tarde desta quarta-feira (27/02), manter as atividades paralisadas por tempo indeterminado. A decisão aconteceu após reunião na Delegacia Re
Publicado 27/02/2008 18:37 | Editado 04/03/2020 16:21
“Foi vergonhosa a postura adotada pelo mediador da DRT, de apresentar a proposta de reajuste de 8% para ajudantes e 6% para profissional. Nós já tínhamos dito não a esta mesma proposição feita pelos patrões. Parecia até que foi combinado entre eles”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção da Bahia (Sintracom-BA), Raimundo Brito.
Como não houve acordo, o Sintracom-BA convocou uma nova passeata para esta quinta-feira (28/02), com concentração a partir das 11h, no Campo Grande. Os trabalhadores sairão em direção ao Largo de São Bento, onde realizam uma assembléia para avaliar e decidir os rumos do movimento.
A categoria reivindica 14% de reajuste, cesta básica, alimentação gratuita e servida no bandejão (para abolir a “quentinha”, que tem provocado muitos casos de infecção intestinal nos operários) e redução do contrato de experiência, que permite a contratação e demissão com três meses e vem sendo utilizado por diversas empresas como uma forma de fraudar a legislação e não pagar os direitos trabalhistas. Além de oferecerem uma proposta rebaixada de aumento, os patrões ainda não se manifestaram sobre os outros pontos da pauta de reivindicações.
Salvador vive um momento de grandes empreendimentos imobiliários, principalmente no setor de construção de condomínios de luxo. Apesar dos lucros extraordinários apresentados em 2007, com expectativa de ganharem mais ainda em 2008, beneficiados com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os financiamentos para habitação, os patrões só ofereceram 5,7% de reajuste e a manutenção da Convenção Coletiva de 2007, sem nenhuma mudança para melhor. E isso os trabalhadores não aceitam.
De Salvador,
Eliane Costa
Com informações da Ascom do Sintracom – Bahia